Trabalhadores na Arteb aprovam redução de jornada
(Foto: Adonis Guerra)
Os trabalhadores na Arteb, em São Bernardo, aprovaram por unanimidade o acordo de redução de jornada e salário e as negociações para atravessar o momento de recuperação judicial na empresa.
“O acordo irá evitar até 70 demissões na fábrica com a redução de 4,76% na jornada e no salário, o que representa passar de 42h para 40h semanais. É importante manter o emprego e a renda do trabalhador na baixa da produção até conseguir sair desse momento de dificuldade”, afirrmou o coordenador do CSE na empresa, Sebastião Gomes de Lima, o Tião.
“Para este ano, o trabalho aos sábados será suspenso. Em 2017, o pessoal na produção que trabalhava aos sábados alternados passará a trabalhar um e descansar dois. Já o administrativo, que não trabalha aos sábados, sairá duas horas mais cedo às sextas-feiras”, explicou.
De acordo com Tião, as negociações entre Sindicato e empresa incluem compensações de dias, transporte, alimentação e convênio médico. “Desde a aprovação do plano de recuperação e da luta para garantir os direitos dos companheiros demitidos em março, tivemos uma série de negociações que durou quase três meses”, contou.
Atualmente são 1.050 trabalhadores na fábrica. Em março, a mobilização dos companheiros durou mais de uma semana, que incluiu a paralisação das atividades na fábrica por quatro dias, e garantiu o pagamento das indenizações trabalhistas de 371 trabalhadores demitidos.
(Foto: Adonis Guerra)
Na assembleia, o secretário-geral do Sindicato, Wagner Santana, o Wagnão, destacou como a conjuntura econômica e política afeta as empresas. “Cerca de 80% da produção de faróis e lanternas na Arteb se destina às montadoras. A situação de crise que estamos enfrentando, com ameaças de demissões nas montadoras, interfere diretamente nas autopeças da região”, disse.
“Os trabalhadores enfrentaram demissões no começo do ano e agora o processo de recuperação judicial. A gente espera que a situação se resolva logo. Temos que buscar caminhos para manter os empregos com mecanismos de preservação dos postos de trabalho”, afirrmou.
“É preciso ter clareza que nós temos direitos, obrigações, deveres e consciência da decisão e da luta que cada um toma em momentos como esse”, prosseguiu.
Wagnão destacou ainda o início da Campanha Salarial 2016 com as negociações conduzidas pela Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT, a FEM-CUT.
“As conversas já foram complicadas no ano passado e neste ano também será difícil”, alertou.
O secretário-geral reforçou que o Sindicato continuará acompanhando de perto o processo de recuperação judicial na Arteb. “Todo o nosso empenho é para garantir a continuidade da produção, o futuro da empresa, manter o emprego e a renda dos trabalhadores. A unidade e organização são fundamentais para evitar qualquer retirada de direitos, enfrentar os momentos difíceis e superá-los”, concluiu.
Da Redação