Trabalhadores na Arteb conquistam PLR e renovação do acordo de 40 horas semanais

Acordo negociado pelo Sindicato contempla ainda o calendário de trabalho do segundo semestre deste ano e de 2024

Foto: Kelly Fersan

Em assembleia na última sexta-feira, dia 2, os trabalhadores na Arteb, em São Bernardo, aprovaram o acordo negociado pelo Sindicato com a empresa. A proposta contempla a PLR (Participação nos Lucros e Resultados) deste ano, a renovação do acordo de jornada de trabalho de 40 horas semanais e o calendário de trabalho do segundo semestre deste ano e o de 2024.

O coordenador de área e CSE na Arteb, Sebastião Gomes de Lima, o Tião, contou que as negociações da PLR começaram em novembro do ano passado e explicou os fatores que interferiram na conclusão das tratativas.

Foto: Kelly Fersan

“Temos a alta taxa de juros do Banco Central, que afastou os clientes das concessionárias pela dificuldade de conseguir um financiamento de automóvel. O setor também sofre com a falta de peças, principalmente semicondutores, vidros e aço. E o terceiro fator foi a suspensão da produção nas montadoras, com layoff e férias coletivas”.

“Apesar de tudo isso, conseguimos uma boa PLR, com reajuste satisfatório em relação ao ano passado. Parabéns aos trabalhadores e ao CSE, que fizeram o debate até chegar à proposta referendada em assembleia”, afirmou.

A primeira parcela da PLR será paga em agosto deste ano e a segunda, em fevereiro de 2024.

40 horas semanais

Outro acordo foi a renovação das 40 horas semanais. “Temos essa conquista desde 2016 e não abrimos mão, ela permite uma melhor qualidade de vida aos trabalhadores. Em um primeiro momento, a empresa queria retornar as 42 horas semanais, mas ao final conseguimos manter o acordo e a empresa acabou entendendo que seria a melhor solução”, ressaltou Tião.

Foto: Kelly Fersan

Recuperação

O coordenador do CSE, Francisco Lourival de Lima, o Chico, lembrou que a Arteb ainda se encontra em recuperação judicial. “Como se não bastasse todo o sofrimento que uma empresa em recuperação impõe sobre a vida dos trabalhadores, ainda temos a questão econômica do país, com a alta taxa de juros que encarece a produção e o financiamento”.

“Quando construímos, apresentamos e aprovamos um acordo desse tamanho, conseguimos garantir segurança jurídica aos trabalhadores e para a própria empresa. Também proporciona aos trabalhadores a condição de programar melhor a sua vida e a de suas famílias”, destacou.

Foto: Kelly Fersan

Contra a alta taxa de juros

O coordenador de área, Jonas Brito, reforçou a necessidade de mobilização dos trabalhadores contra a alta taxa de juros praticada pelo Banco Central.

“O Sindicato e o movimento sindical têm ideias e projetos para impulsionar a indústria no Brasil, que é onde estão empregos de qualidade e melhores benefícios. O governo anterior fechou as portas para isso e sucateou a indústria. Mesmo com projetos e medidas do atual governo, é preciso que os juros baixem”, defendeu.

“Aproveitamos a assembleia para alertar os trabalhadores sobre a necessidade de pressionar o Banco Central pela redução da taxa. Só assim as pessoas voltarão a ter acesso ao crédito para o consumo, as indústrias poderão retomar a produção e a economia como um todo voltará a crescer”.