Trabalhadores na BCS aprovam encaminhamentos de luta após anúncio de fechamento da fábrica

Foto: Adonis Guerra

Os trabalhadores na BCS, em Diadema, aprovaram em assembleia ontem os encaminhamentos de luta após a empresa ter anunciado o fechamento da fábrica em reunião no restaurante no dia 9.

O Sindicato teve uma rodada de negociação com a consultoria contratada pela administração da empresa na sexta-feira, dia 13, e rejeitou na mesa a proposta de pacote de indenização.

O presidente do Sindicato, Wagner Santana, o Wagnão, afirmou que o recado dos trabalhadores para a BCS é de luta.

“Primeiro vamos insistir nas negociações para que a planta se mantenha em funcionamento com empresas interessadas na compra. Queremos um posicionamento oficial sobre as possibilidades de a fábrica ficar aqui. Se a BCS não quiser, ela que explique o motivo. No mínimo, a BCS deve respeito a vocês”, defendeu.   

“Vencida essa etapa, vamos lutar por uma indenização decente. Se voltar com proposta infame como a primeira que a empresa apresentou, vamos reagir. Precisamos, principalmente, de unidade. Resolver coletivamente é a única saída, com capacidade de organização. Sigam as orientações do Sindicato e das lideranças do CSE a cada instante”, disse.

O coordenador da Regional Diadema, Claudionor Vieira do Nascimento, reforçou que os trabalhadores não podem ser tratados de qualquer forma, como a empresa pensa.

“As pessoas aqui merecem respeito, a maioria dedicou mais da metade da vida para construir a riqueza da empresa. Os trabalhadores não podem perder de vista os pontos fundamentais, que são a unidade, solidariedade e compreensão de que ninguém é diferente, independente de que setor ou cargo exerce”, afirmou.

Os companheiros e companheiras na BCS tinham aprovado, em assembleia no dia 19 de fevereiro, o aviso de greve e um plano de lutas para cobrar respeito e transparência diante das demissões, baixa produção e falta de investimentos. A consultoria responsável pela administração da empresa se recusava a conversar com a direção do Sindicato.

A CSE Maria Gilsa Macedo falou sobre as dificuldades nas negociações. “As conversas não estão tranquilas e se continuar a esse passo de tartaruga, mostraremos a nossa reação. Sempre juntos e dispostos, a luta é de todos”, chamou.

O CSE Nivaldo Nunes Bezerra, o Sapão, lembrou que desde quando a empresa era TRW, depois ZF e agora BCS a trajetória é ruim, sem a vinda de nenhum novo produto.

“A solidariedade é o ponto chave agora. A BCS fez uma proposta pífia e não dá para aceitar. Temos que estar mobilizados por um acordo decente. Estamos juntos”, concluiu.