Trabalhadores na Cultura rejeitam proposta e continuam greve

A Fundação Padre Anchieta informou que "caso a proposta reiterada não seja aceita, poderá interpor o dissídio de greve". Neste caso a greve coletiva, que iniciou na última segunda-feira, deverá ser avaliada pela Justiça do Trabalho

Os trabalhadores na Rádio e TV Cultura rejeitaram, quase que por unanimidade, a proposta divulgada na quinta-feira (13) pela emissora e decidiram em assembleia que irão manter a greve. A decisão pode levar o caso à Justiça.

A Fundação Padre Anchieta informou que “caso a proposta reiterada não seja aceita, poderá interpor o dissídio de greve”. Neste caso a greve coletiva, que iniciou na última segunda-feira, deverá ser avaliada pela Justiça do Trabalho.

A Fundação continuou a proposta de reajuste salarial de 6,05%, estendido ao vale refeição e auxílio creche, além do pagamento do retroativo ao mês de maio, horas extras e regularização das diferenças salariais, estágios, jornada de trabalho, registro profissional e acúmulo de função. Mas a maior petição dos grevistas é o abono salarial de 35%.

Na assembleia, com todos os grevistas, o presidente da Fundação, Paulo Markun, reafirmou o prazo final da proposta estava mantida até às 18h desta quinta-feira, e enfatizou que, caso não  fosse aceita, o “último recurso seria entrar com o dissídio de greve”.

Markun convidou os grevistas para uma reunião nesta sexta-feira, nas dependências da emissora, mas, após o jornalista afirmar que as decisões do sindicato não haviam sido as mais democráticas, os grevistas rejeitaram a ideia da reunião.
 
Ameaças de demissões
De acordo com a Folha de S. Paulo, o presidente da Fundação teria informado que a suspensão da programação poderia justificar demissão e substituição de funcionários. Mas o sindicato não acredita nessa possibilidade. “É uma ameaça da empresa. Não temos receio, porque estamos protegidos pela lei”, afirmou José Marcos de Souza, diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Radiodifusão e Televisão no Estado de São Paulo.

O deputado estadual Carlos Giannazi (PSOL) também esteve presente na assembleia e incentivou os grevistas a se manifestarem no Palácio do Governo de São Paulo. “Façam um manifestação no Palácio, precisam pressionar o governador José Serra”, disse o deputado, que se comprometeu a pleitear uma audiência para discutir o assunto.

Do Comunique-se