Trabalhadores na Darka reiniciam produção

Empresa estava lacrada a 84 dias pela justiça por decreto de falência


Foto: Rossana Lana / SMABC

Depois de 84 dias que a Justiça lacrou a Darka, em Diadema, por falência, os cerca de 40 trabalhadores na empresa conseguiram da mesma Justiça sua reabertura.

Nesta segunda-feira, eles esperavam apenas que a energia elétrica fosse religada para reiniciar a produção da fábrica de bombas hidráulicas.

Foi um dia de festa e de esperança. O retorno das atividades significa a garantia do trabalho e do sustento da família, mesmo que neste reinício não exista a expectativa do recebimento do salário pleno.

Os trabalhadores estão certos da recuperação da empresa. “Aqui o pessoal é unido e acredito que vai dar tudo certo”, disse o torneio mecânico Paulo Jorge Pereira, o Paulo Preto, que está na fábrica há 31 anos.

O operador de máquinas José Geneci Mendes, o Encharcado, também está confiante. “O produto tem boa aceitação no mercado e vende bem. Agora, vai depender da gente”.

Como estão sem receber há quase três meses, todos eles têm dívidas, como o rebarbador José Ferreira Cardoso, o Ferreirinha, que deixou de pagar o aluguel. “Negociei prazo de mais uns dias e a expectativa é a liberação do nosso FGTS”, comentou.

O José Francisco de Lima, o Zé Pintor, disse que ontem acordou diferente, pois iria trabalhar depois de tanto tempo parado. “É só a gente produzir que o produto vende bem”.

A proposta do Sindicato, que conseguiu na Justiça a reabertura da fábrica, é a formação de uma cooperativa dos trabalhadores para arrendar e gerir o negócio. “Vamos montar uma cooperativa e mostrar que os trabalhadores têm condições de tocar a Darka”, disse o gerente comercial Anilson Márcio.

Para ele, num futuro próximo a Darka vai ter muitos patrões. “Será cada um dos trabalhadores”, concluiu.

Da Redação