Trabalhadores na Delga conquistam acordo de PLR por cinco anos
Na negociação ficou estabelecido que a cada ano o valor da PLR será reajustado pelo INPC
Em assembleia realizada na Delga, em Diadema, na última sexta-feira, 27, os trabalhadores aprovaram o acordo de PLR (Participação nos Lucros e Resultados) válido por cinco anos, negociado pelo Sindicato com a direção da fábrica.
O secretário-geral do Sindicato, Claudionor Vieira, CSE na Delga, ressaltou a importância do acordo de longo prazo que só é possível em empresas com um grau de amadurecimento entre as partes e onde há organização do conjunto de trabalhadores e trabalhadoras.
“Um acordo de longo prazo permite olhar para o futuro e discutir novos investimentos, novos produtos e ter previsibilidade, permite discutir para além da PLR. A maior conquista é a organização, respeito e confiança do conjunto de trabalhadores. Sem isso, não se consegue nada”.
Claudionor lembrou que tudo na empresa foi conquistado com luta, como o plano de cargos e salários, as 40 horas semanais, entre outras.
Projeções positivas
O coordenador do CSE na fábrica, Diego Goulart Santos Ribeiro, reforçou que o acordo traz segurança para o futuro.
“Esse acordo traz uma mensagem de que as projeções são positivas, empresa nenhuma faz um acordo de cinco anos se tem projeção negativa. Foi uma negociação muito boa e o fato de sermos organizados com um Sindicato forte foi muito positivo, mais uma vez demonstramos que quando os trabalhadores estão unidos é possível chegar cada vez mais longe”.
Reajuste pelo INPC
Na negociação ficou estabelecido que todo ano o valor da PLR será reajustado pelo INPC do ano anterior. A primeira parcela será paga em junho e a segunda, em fevereiro. Os trabalhadores também aprovaram a contribuição negocial.
Na negociação também houve mudança no vale alimentação, que passará a ser corrigido em setembro pelo INPC do período da Campanha Salarial, não mais em janeiro do ano seguinte como era antes.
União pra mudar os rumos do país
Claudionor aproveitou a oportunidade para lembrar aos trabalhadores que o cenário deixado pela reforma Trabalhista prejudica as negociações e que é preciso união para melhorar o país.
“A reforma Trabalhista foi um desastre para a classe trabalhadora. Ela prometia que ia gerar mais emprego, mas gerou subempregos, pessoas que têm dois ou três trabalhos para sobreviver, gerou o trabalho intermitente, vulnerabilidade social e isso o Sindicato sempre avisou. Este cenário prejudica as nossas negociações. Precisamos lutar para melhorar este país e sair dessa situação de miséria, é preciso consciência para resgatar a dignidade da classe trabalhadora no Brasil”.