Trabalhadores na Dura Automotive aprovam disposição de luta por aumento real

Metalúrgicos e metalúrgicas em Rio Grande da Serra se comprometeram a fazer a luta que for necessária na Campanha Salarial

Foto: Nario Barbosa

Em assembleia na manhã de ontem na Dura Automotive, em Rio Grande da Serra, após a entrega de Tribuna feita na entrada do turno, os trabalhadores e trabalhadoras aprovaram a disposição de luta para pressionar as bancadas patronais a avançarem nas negociações de Campanha Salarial.

A data-base dos Metalúrgicos é 1º de setembro, o INPC acumulado do período ficou em 4,06% e as negociações seguem sem avanços.  A Dura Automotive pertence à bancada patronal do Grupo 3 (Sindipeças, Sindiforja e Sinpa).

Foto: Nario Barbosa

O presidente do Sindicato, Moisés Selerges, destacou que a previsão dos especialistas é pela melhora da economia e, com este cenário, o patrão não tem argumento para não negociar o aumento da categoria. Também  chamou a companheirada para a luta.

“Temos todos os argumentos para buscar o aumento real. Agora, vocês acham que o patrão vai chegar na mesa de negociação e dar aumento porque a economia está indo bem? Não vai. Se puder, ele não dá nem o INPC. Se não tiver um bom acordo, se não tiver aumento real, vamos parar a produção”, reforçou.

Garantia de direitos

Foto: Nario Barbosa

O coordenador da Regional Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra e CSE na empresa, Marcos Paulo Lourenço, o Marquinhos, frisou a importância da CCT (Convenção Coletiva de Trabalho) e a necessidade de luta para avançar nas cláusulas sociais e econômicas.

O dirigente explicou que a Convenção dá mais respaldo ao trabalhador do que a CLT e, em caso de acidente de trabalho, por exemplo, a CLT garante um ano de estabilidade. Já a Convenção dos metalúrgicos garante estabilidade até a aposentadoria.

“Se amputar um membro, dificilmente o trabalhador vai arrumar emprego em outra empresa. E sabemos que na maioria dos casos esse tipo de acidente ocorre por falta de manutenção e descaso das fábricas. Tudo isso foi conquistado com muita luta, só que hoje não estamos conseguindo avançar. Queremos conquistar o aumento, mas também precisamos da Convenção assinada com novas regras. Tenho certeza de que podemos contar com o pessoal na Dura Automotive para fazer a luta que for necessária”.

Unidade

A diretora executiva do Sindicato, Andrea Sousa, a Nega, relembrou que a categoria precisa demonstrar unidade para que os patrões negociem e reforçou a força das mulheres, que precisam se fazer presentes no Sindicato, nas mobilizações e negociações.

“Precisamos demonstrar unidade para que esta Campanha Salarial seja vitoriosa. A conquista de diversas pautas das mulheres na nossa Convenção só foi possível com a participação das mulheres na mesa de negociação na construção dessas reivindicações”.

Reuniões

Ontem as conversas foram com o Grupo 2 (Sinaees e Sindimaq – máquinas, aparelhos elétricos e eletrônicos) e com o Sicetel (trefilação e laminação de metais ferrosos).

“Ainda não houve avanços nas cláusulas econômicas e sociais nas mesas com o patronal. Isso só reforça que será preciso muita mobilização nas bases para avançar e conquistar uma boa Campanha Salarial”, contou Marquinhos.