Trabalhadores na Dura Automotive paralisam produção e cobram transparência da empresa
Também foi aprovada em assembleia a disposição de luta em defesa dos direitos e contra atrasos de pagamentos
Os trabalhadores na Dura Automotive, em Rio Grande da Serra, aprovaram disposição de luta e paralisaram a produção após assembleia na última quinta-feira, dia 16, para cobrar transparência da empresa e protestar contra atrasos de pagamentos.
O coordenador da Regional Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra e CSE na Dura Automotive, Marcos Paulo Lourenço, o Marquinhos, destacou que a luta é pela garantia de direitos e por respeito.
“Cobramos transparência e seriedade da direção da empresa, que tem uma carteira de clientes muito boa e produtos de alto valor agregado. Mas, infelizmente, temos sentido na pele a falta de seriedade com os trabalhadores, fornecedores e negócios, o que tem atrapalhado a vida de todos”, afirmou.
O dirigente explicou que a direção da empresa mudou e passou a ter a mesma administração da Movent, em Diadema, que também tem apresentado problemas de atrasos de pagamentos.
“A empresa nunca tinha atrasado pagamentos nem deixado de cumprir com todas as suas obrigações. Não estamos aqui para gerir a empresa, estamos para representar os trabalhadores, mas, a partir do momento que a gerência afeta os trabalhadores, estaremos na luta”, destacou.
“Sabemos o quanto lutamos pela permanência da empresa na região e não dá para aceitar que empresários sem comprometimento com o negócio queiram jogar tudo por terra. São trabalhadores com tempo de empresa, que construíram as vidas e criaram suas famílias a partir do trabalho”.
Unidade e organização
O CSE André do Nascimento, o Cabelo, contou que além do atraso no pagamento do salário, já houve atrasos também no convênio médico.
“Dialogamos na assembleia sobre a necessidade de unidade dos trabalhadores nesse momento difícil que estamos passando. Acreditamos que com a força dos trabalhadores e a luta organizada do Sindicato vamos passar por mais essa situação, vamos buscar soluções em conjunto”.
O CSE Carlos Alberto Queiroz Rita, o Somália, reforçou que os atrasos e acordos não cumpridos passaram a ocorrer recentemente.
“O ano passado terminou de forma muito positiva, com uma boa produção e perspectivas para este ano, mas não foi isso que temos visto. Além dos atrasos de pagamentos que afetam diretamente os trabalhadores, existe a questão psicológica que cria insegurança e nervosismo. Mesmo com essas dificuldades, temos que manter a cabeça no lugar, precisamos estar unidos para conseguir avançar e defender os direitos dos trabalhadores”.