Trabalhadores na Ford entram no oitavo dia de greve contra as demissões
Foto: Adonis Guerra
Os trabalhadores na Ford completam hoje oito dias mobilizados contra as 203 demissões anunciadas pela empresa, que quebrou o acordo de estabilidade dos empregos até 2017. Ontem não houve avanços na negociação do Sindicato com a fábrica.
“Só tem avanços quando reverter as demissões anunciadas e as previstas pela fábrica. A luta é de todos e cada dia teremos uma estratégia diferente”, afirmou o coordenador geral do SUR e CSE, José Quixabeira de Anchieta, o Paraíba.
Após assembleia na manhã de ontem com todos os turnos, apenas os companheiros na logística e os mensalistas não entraram para trabalhar.
“Trabalhadores na produção, no restaurante e prestadores de serviços entraram para trabalhar. Em seguida, a fábrica dispensou o pessoal ao ver que não tinha condições de funcionar”, explicou Paraíba.
As paralisações em pontos vitais da empresa lembram a Greve dos Golas Vermelhas, de 1990. Na segunda-feira, foram os companheiros na manutenção e ferramentaria que não entraram.
“Nenhuma empilhadeira rodou na fábrica. É com sabedoria e união que vamos vencer”, afirmou o coordenador do SUR, Adalto Oliveira, o Sapinho.
Na quinta-feira passada, dia 10, os trabalhadores aprovaram por unanimidade a greve por tempo indeterminado até que a montadora reverta as demissões anunciadas.
Na luta
“A empresa não respeitou o acordo nem de quem tem restrição médica. Sabemos que o mercado está ruim, mas falta boa vontade da empresa em negociar alternativas. A saída é ir à luta até o final e estarei junto quantas vezes precisar para garantir os empregos”. Valmir Morais da Silva, há 25 anos na Montagem Final
“A fábrica rompeu um vínculo muito grande que tinha com os trabalhadores ao quebrar o acordo de estabilidade. Aqui as pessoas sempre foram de luta. Temos histórico de conquistas com as mobilizações e não vamos permitir essa injustiça”. Maria Criseuda, há 20 anos em Células
“Achei uma grande falta de respeito da Ford com a gente. Acompanhei as demissões em 1998 e agora é lutar pelos nossos empregos contra essa medida unilateral que a fábrica tomou”. Luciano Gutierre Antunes, há 22 anos na Manutenção
Da Redação.