Trabalhadores na GL aprovam mobilização de Campanha Salarial
Companheiros e companheiras mostraram disposição de luta para conquistar cláusulas econômicas e sociais. Hoje é a data-base dos metalúrgicos.
Os trabalhadores na GL, em Diadema, aprovaram a mobilização de Campanha Salarial em assembleia na manhã de terça-feira, 30 de agosto. Hoje, 1º de setembro, é a data-base dos metalúrgicos.
O coordenador da Regional Diadema, Antônio Claudiano da Silva, o Da Lua, destacou a importância de o recado dos trabalhadores chegar aos patrões.
“Os trabalhadores precisam estar mobilizados e alertas, dialogar muito sobre a Campanha Salarial dentro da fábrica para mostrar que estão insatisfeitos com a postura da bancada patronal na mesa de negociação. Que venham com uma proposta decente, que seja digna da realidade em que vivemos para repor o poder de compra dos salários e ter condições de subsistência, pagar as despesas não só com alimentação, mas água, luz, gás”, afirmou.
O dirigente explicou que as bancadas patronais fizeram propostas de parcelamento do índice da inflação, o que foi rechaçado na mesa.
“Temos que estar atentos, já vieram com propostas de parcelamento, mas perguntem se os patrões topam parcelar a produção também? Não topam, dizem que a situação está difícil, mas a realidade dos trabalhadores é que está difícil, quando vamos ao mercado o custo de vida está muito alto. Os salários estão corroídos pela inflação, não dá para aceitar parcelamento nem patrão querendo mexer em cláusulas da Convenção Coletiva”, disse.
Luta
O CSE na GL Milton Aparecido Alves Bertholdo, reforçou a importância da organização no local de trabalho.
“A nossa unidade e demonstração de luta em busca de reajuste salarial com aumento real são fundamentais para que os trabalhadores possam avançar nas negociações de Campanha Salarial. Sempre lutamos em defesa dos direitos e agora não vai ser diferente”, afirmou.
Direitos dos trabalhadores
O secretário-geral da FEM/CUT (Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT), Ângelo Máximo de Oliveira Pinho, o Max, ressaltou as reivindicações dos trabalhadores nesta Campanha Salarial. “Além da questão econômica, temos que garantir as cláusulas sociais na Convenção Coletiva de Trabalho. Só sentimos menos os impactos da reforma Trabalhista porque temos a Convenção, se não estaríamos totalmente à mercê da reforma”, disse.
“Teve grupo patronal querendo retirar a cláusula que garante estabilidade ao trabalhador que sofreu acidente de trabalho. A Convenção Coletiva garante direitos importantes, como a licença maternidade, o auxílio-creche, a estabilidade pré-aposentadoria. Não vamos aceitar propostas absurdas nem retirada de direitos. Se for preciso, vamos intensificar a mobilização e parar a produção”.
Max explicou que a pauta dos trabalhadores inclui ainda o incentivo para a nacionalização da produção. “As montadoras pararam a produção pela falta de peças, não só de semicondutores. A nossa defesa é para produzir aqui, sem ficar na dependência de importações, e gerar empregos no Brasil”, concluiu.