Trabalhadores na IGP, Detroit e W. Lennartz terão ensino médio

A partir do mês que vem, os companheiros nestas três empresas terão uma classe de ensino médio, resultado de acordo entre o Sindicato, a Prefeitura de Diadema e as fábricas, a partir de uma reivindicação dos trabalhadores.

Os trabalhadores nas fábricas
de autopeças IGP,
Detroit e Wagner Lennartz,
de Diadema, vão contar com
uma classe de ensino médio
a partir do próximo mês, resultado
de acordo entre essas
empresas, o Sindicato e a
Prefeitura da cidade.

A classe vai funcionar
em sala na IGP, com aulas de
segunda a quinta-feira, das
17h30 às 21h, reunindo 40
trabalhadores.

Desde 2005 já funcionam
nessa empresa três salas
de aula da primeira à oitava
séries do ensino fundamental.
No ano passado foram
formados 42 trabalhadores e
neste ano são 24 alunos. Com
isso, todos os metalúrgicos
da IGP terão, no mínimo, o
ensino fundamental.

Nessa parceria, a Prefeitura
entra com os professores e o
material escolar e as empresas
cedem o espaço, o jantar e o
transporte dos companheiros.

“É um acordo no qual
todas as partes saem ganhando”,
disse o coordenador da
Regional Diadema, Hélio
Honorato, o Helinho.

Qualificação – Ele comentou que os
trabalhadores ganham escolaridade
e se qualificam profissionalmente,
enquanto a
empresa ganha na produtividade
e na obtenção de programas
de certificação.

Classes de ensino médio
como esta que será implantada
é uma das principais reivindicações
dos trabalhadores
ao Pólo de Autopeças,
em debate entre o Sindicato,
a Prefeitura de Diadema e as
empresas dos setores metalmecânico,
plástico e de borracha.

Pesquisa realizada pelo
Dieese mostrou que as demandas
nesses setores são o
aumento da escolaridade dos
trabalhadores, a melhoria da
qualificação profissional e a criação
de linhas de financiamento
para novos investimentos.

“O curso aponta o caminho
para acabar com uma
das demandas das autopeças
e nossa intenção é levá-lo
para outras empresas”, concluiu
Helinho.

Projeto quer mais salas de aula

O secretário de Desenvolvimento
Econômico e
vice-prefeito de Diadema,
Joel Fonseca, disse que a idéia
é estender para outras
autopeças a implantação de
salas de ensino médio.

Ele disse que a Prefeitura está finalizando projeto
piloto para apresentar ao governo
estadual, que responde
pelo ensino médio.

O Pólo de Autopeças
reúne cerca de 100 empresas
com até 200 trabalhadores e
seu objetivo é criar políticas
de crescimento do setor e
descobrimento de novos
mercados.

Em Diadema, o setor
de autopeças é o que mais
emprega na cidade. São
mais de 300 fábricas e 20
mil trabalhadores.