Trabalhadores na Makita voltam às ruas

Passeata pelo Centro de São Bernardo denunciou à população traição e má-fé da empresa

As faixas estampavam o por quê os trabalhadores na Makita lutam há mais de um mês: por respeito e dignidade. Essas eram as palavras de ordem que embalaram uma marcha silenciosa que no início da noite desta terça-feira (6) cruzou a Rua Marechal Deodoro, em São Bernardo, desde a Sede do Sindicato até a Praça da Matriz, no Centro.

Na mão de cada um, uma vela cuja “simbologia era iluminar a consciência da direção da empresa e das autoridades do País”, afirma Sérgio Nobre, presidente do Sindicato, que puxou a caminhada.

Segundo Moisés Selerges, coordenador de base de São Bernardo, a caminhada teve a intenção de chamar a atenção. “Esperamos que Justiça compreenda o drama deles”, disse, apontando para os trabalhadores.

Nesta quarta-feira (7), às 14h, haverá audiência entre Sindicato e empresa, convocada pela Justiça do Trabalho.

Resistência

Há mais de um mês, os companheiros e companheiras na multinacional travam uma dura batalha pelo que consideram traição e má-fé da empresa.

Traição por negar que fecharia a fábrica – e depois fechar – e má-fé por apresentar uma indenização adicional e voltar atrás. “Agora vamos até o fim. Está cansativo, mas temos disposição de continuar na luta”, afirmou Isabel Regina de Oliveira, trabalhadora na empresa.

Ela está todos os dias no acampamento montado pelos companheiros na porta da fábrica, desde que ela anunciou o fechamento e a demissão de todos os 285 trabalhadores.

“É um desrespeito. A fábrica trata os trabalhadores com arrogância”, disparou Nivaldo Bezerra, membro do CSE na TRW em Diadema, que participou da caminhada em solidariedade, hoje o sentimento do qual o pessoal na Makita mais precisa.

Da Redação