Trabalhadores na Mercedes aprovam PLR e prestam solidariedade aos companheiros na montadora nos EUA

Valor será pago em duas parcelas: a primeira em maio e a segunda em dezembro. Na filial no Alabama (EUA), base luta para garantir o direito à filiação sindical

Foto: Adonis Guerra

Em assembleia na porta da fábrica na manhã desta quinta-feira, 16, os trabalhadores e trabalhadoras na Mercedes, em São Bernardo, aprovaram por unanimidade proposta de PLR (Participação nos Lucros e Resultados) negociada pelo Sindicato com a montadora. “O valor será pago em duas parcelas, a primeira em maio e a segunda em dezembro deste ano”, afirmou o CSE na Mercedes e secretário-geral da FEM-CUT/SP (Federação Estadual dos Metalúrgicos), Ângelo Máximo de Oliveira Pinho, o Max.

Foto: Adonis Guerra

O dirigente reforçou que o resultado desse acordo é devido à organização da base e trabalho da representação no chão de fábrica. “O acordo da PLR ainda vai ser ajustado pelo aumento real da Campanha Salarial e a negociação continua. O que tiver aumento real vai ser incorporado também na PLR e a diferença será paga na segunda parcela. O ônibus elétrico também está incluso na PLR”.

Foto: Adonis Guerra

“Vocês pertencem a uma categoria forte, fazem parte de um Sindicato atuante e, para o sucesso nas negociações, é preciso que todos estejam sindicalizados”, chamou. “Graças a esse apoio é que nós conseguimos negociar a PLR, a redução da jornada de trabalho, o acordo que garante 50% de adicional nas férias. Esses são alguns exemplos que deixam claro as ações efetivas quando a entidade senta para conversar com a fábrica e avança com os direitos de todos”.

Solidariedade

Durante a atividade ainda foi aprovado apoio aos companheiros da montadora no Alabama, Estados Unidos, que lutam pela filiação ao sindicato da categoria em solo estadunidense. No sistema do país, os trabalhadores precisam votar para decidir se irão se filiar ou não ao sindicato e ter 50% + um dos votos favoráveis. Dessa maneira, todos se tornam sócios da entidade sindical. Caso não tenham a aprovação da maioria, nenhum trabalhador poderá se filiar ao sindicato. 

Foto: Adonis Guerra

“A direção da Mercedes no local tem interferido em uma decisão que é exclusivamente dos trabalhadores, induzindo para que não aceitem o direito de ser sócio do sindicato. Uma das artimanhas da empresa é enviar carta para desencorajar os metalúrgicos”, disse Max.

Para o coordenador do CSE na fábrica em São Bernardo, Amarildo Marques de Souza, esse é um movimento global dos empresários com ações antissindicais. “Hoje a Mercedes está fazendo isso lá nos Estados Unidos, amanhã pode querer fazer aqui também. Por isso, não podemos aceitar esse tipo de atitude em nenhum lugar do mundo, precisamos nos manifestar e lutar para acabar com qualquer tipo de repressão contra a organização dos trabalhadores e contra o movimento sindical”.