Trabalhadores na Mercedes, Volks, Mahle e Movent aprovam acordos coletivos

Sindicato negocia propostas para garantir isolamento social, empregos e renda durante a crise com a pandemia

Os trabalhadores na Mercedes, Volks e Mahle, em São Bernardo, e Movent, em Diadema, aprovaram as propostas negociadas pelo Sindicato com as empresas para atravessar esse período de crise e de pandemia com a Covid-19.

Para evitar a proliferação do novo coronavírus, as assembleias foram virtuais pelo site dos Metalúrgicos do ABC, com garantia de participação, democracia e isolamento social.

Os acordos abrangem medidas para garantir a saúde, os empregos e a renda dos trabalhadores, como redução de jornada e salário e a suspensão temporária do contrato de trabalho em condições melhores aos trabalhadores do que se fosse pela Medida Provisória 936.

Mercedes

Ângelo Máximo de Oliveira Pinho, o Max, coordenador da representação
Foto: Adonis Guerra/SMABC

Os trabalhadores na Mercedes aprovaram o acordo no dia 18. O coordenador da representação, Ângelo Máximo de Oliveira Pinho, o Max, explicou a importância da negociação e a preocupação do Sindicato por conta da pandemia.

“Toda a discussão foi voltada para garantir a segurança, a saúde e a vida dos trabalhadores e, ao mesmo tempo, construindo alternativas para preservar empregos e salários em uma condição ímpar, já que fizemos essa negociação difícil e complexa sem a oportunidade de mobilizar os trabalhadores na fábrica. O Sindicato tem se desdobrado para manter o contato, mesmo de forma virtual, com todos os trabalhadores, o que manteve todos informados da negociação e garantiu participação expressiva na assembleia”, ressaltou.

Max destacou ainda a conquista da estabilidade no emprego até 31 de dezembro, além do pagamento da primeira parcela da PLR e prorrogação dos contratos temporários por mais três meses.

As negociações de data-base e das cláusulas sociais, que venceriam em maio, serão em setembro. “Sabemos das dificuldades e dos desafios, já que a empresa vem dando indicativos de querer mexer em cláusulas essenciais, como a estabilidade ao acidentado. Conseguimos postergar todas as cláusulas sociais até 31 de agosto para que os trabalhadores não ficassem descobertos nesse período”, disse.

Volks

Wagner Lima, Coordenador do CSE na Volks
Foto: Adonis Guerra/SMABC

O coordenador da representação na Volks, Wagner Lima, agradeceu a participação dos trabalhadores e a aprovação massiva na assembleia eletrônica realizada no dia 20.

“Foi uma primeira experiência de votação pelo site, sem olhar nos olhos da companheirada. Mas os trabalhadores entenderam a necessidade da participação pelo momento atípico e aprovaram a negociação com 99% dos votos em um processo democrático, como sempre foi feito pelo Sindicato”, disse.

“Priorizamos a vida de cada um e, para seguir a orientação técnica da OMS (Organização Mundial da Saúde), negociamos este importante acordo. Com o respaldo dos trabalhadores, avançamos e garantimos condições muito melhores do que a medida do governo, com redução de jornada e garantia do pagamento do salário líquido a todos os trabalhadores”, afirmou.

Neste acordo também foi negociado o pagamento da primeira parcela da PLR. “A empresa queria pagar a metade do valor da primeira parcela do ano passado, mas conseguimos negociar e chegar ao acordo com um valor mais próximo ao que era esperado, com pagamento a ser feito em maio”, contou.

Movent

João Paulo Oliveira dos Santos, coordenador de área
Foto: Adonis Guerra/SMABC

Na Movent, a assembleia e votação eletrônicas foram no dia 17. O coordenador de área , João Paulo Oliveira dos Santos, ressaltou que os trabalhadores na Movent já passam por um período delicado na empresa.

“O acordo negociado garante um mínimo de tranquilidade aos trabalhadores neste período de tempestade. Os trabalhadores fazem a sua parte, com extrema competência e esperam, neste momento difícil, a compreensão daqueles que enriquecem com o seu esforço e suor”, reforçou.

Mahle

Nelsi Rodrigues, o Morcegão , diretor executivo do Sindicato
Foto: Adonis Guerra/SMABC

Na Mahle, a votação e aprovação da proposta também foi no dia 17. O diretor executivo e CSE na Mahle, Nelsi Rodrigues, o Morcegão, contou que a preocupação entre os trabalhadores era grande.

“O Sindicato pautou a empresa para construir alternativas, preservar a saúde e a vida dos trabalhadores e garantir os empregos em meio a essa situação atípica. Podemos afirmar, de fato, que isso é resultado da organização dos trabalhadores e da negociação coletiva”, afirmou.

“A empresa entende que há segurança jurídica muito maior em um acordo coletivo e nós negociamos acordos melhores para abranger os direitos e empregos do conjunto dos trabalhadores, e também para garantir a retomada da produção no pós-pandemia. Parabéns aos companheiros que entenderam o momento e aprovaram a proposta. Juntos vamos passar por mais esse período”, reforçou.