Trabalhadores na Movent protestam e cobram mudança de postura da empresa

Paralisações foram realizadas para cobrar responsabilidade, resolução dos problemas e transparência sobre o futuro

Os trabalhadores na Movent e na Movent Forjados, em Diadema, paralisaram a produção em protesto contra os problemas nas fábricas e para intensificar a luta para que a empresa apresente soluções. Após uma semana de mobilizações dentro da fábrica, foi realizada uma plenária na segunda-feira, dia 4, na Regional Diadema, para tratar das pendências e dos encaminhamentos.

O coordenador de área, João Paulo Oliveira dos Santos, o JP, ressaltou a cobrança por transparência e da importância da luta.

“Na plenária, tratamos das ações que estamos tomando e da necessidade de a empresa deixar claro o que quer para o futuro, já que não apresentam nenhum tipo de ação efetiva para mudar o cenário. A paralisação dos trabalhadores foi para cobrar uma mudança na postura da empresa, além de intensificar a luta”, afirmou.

Problemas

O CSE na Movent, Ananias Batista Alves Junior, o Juninho, contou que são muitos os problemas internos, entre eles o atraso no FGTS, convênio médico suspenso, atraso no pagamento dos fornecedores e prestadores de serviços.

“Os trabalhadores estão revoltados. Os atrasos têm ocasionado problemas no refeitório, já que a Movent não está pagando a empresa responsável, e isso tem diminuído a oferta de alimentos e de café. No almoço, tiraram opção de mistura e estavam servindo ovo praticamente todos os dias. Outro problema é a questão da higiene, com constantes atrasos no pagamento das empresas que prestam serviço de limpeza e coleta de lixo. Também atrasaram o pagamento do pessoal que trabalha no ambulatório médico. Uma situação de calamidade”.

Além disso, há o atraso no pagamento de fornecedores e a má-gestão. “A empresa tem carteira de clientes com montadoras, tem faturamento e produção, porém falta matéria-prima, porque eles não têm feito o pagamento dos fornecedores de peças. E ficamos nesse impasse, queremos produzir, mas, de certa forma, a empresa está impedindo devido à má administração”.

“Isso tem deixado o trabalhador parado de segunda a quinta. Na sexta, começam a chegar matéria-prima e componentes e a empresa chama os trabalhadores para fazerem hora extra no fim de semana”.

Unidade na luta

Juninho lembrou que os cerca de 400 trabalhadores já vêm sofrendo há quase dois anos e que a representação sempre tem alertado sobre a necessidade de reagir e combater a situação.

“Precisamos estar muito unidos dentro da fábrica para poder minimizar os estragos. A empresa ainda está de pé graças à união dos trabalhadores e ao esforço de todos e todas junto ao Comitê Sindical”, reforçou.

Na plenária, o departamento jurídico tirou dúvidas dos trabalhadores sobre as ações tomadas pelo Sindicato para garantia do pagamento do FGTS atrasado.