Trabalhadores na Nakata aprovam aviso de greve contra fechamento da fábrica
Mobilização segue até que sejam encontradas alternativas para a manutenção da empresa em Diadema
Reunidos na tarde da última terça-feira, dia 2, na Regional Diadema, os trabalhadores na Nakata aprovaram o aviso de greve e o estado permanente de mobilização contra o fechamento da fábrica. A reunião foi uma deliberação da assembleia realizada na manhã do mesmo dia pelo Sindicato.
Ontem os trabalhadores entraram na fábrica, mas fizeram protestos com paradas de três horas nos dois turnos.
O aviso de greve foi protocolado no fim da tarde de ontem para pressionar a direção a dialogar com o Sindicato sobre alternativas que possibilitem a permanência da fábrica na região e a consequente preservação dos 225 postos de trabalho. Sem nenhum comunicado prévio, a empresa decidiu se mudar para Extrema (MG).
O coordenador de área da Regional Diadema, João Paulo Oliveira dos Santos, destacou que a postura da Nakata pegou o Sindicato e os trabalhadores de surpresa e apontou total irresponsabilidade por parte dos donos.
“A empresa tem que ter responsabilidade social com os trabalhadores e trabalhadoras. Nos últimos anos, apresentaram recordes de produção, parabenizavam todos em reuniões e sempre demonstraram solidez e segurança. O sentimento de todos é de uma traição sem precedentes, pois muitos fizeram investimentos no futuro, comprando carros, apartamentos e agora sobra a insegurança e a revolta”, afirmou.
O dirigente criticou a falta de compromisso com cada trabalhador e com a região. “A busca incessante por lucros, ao sair de uma região como o ABC, pode custar caro para uma empresa que pensa em abandonar trabalhadores e trabalhadoras qualificados, como os da Nakata”, prosseguiu.
A Nakata tem 65 anos na cidade como fabricante de autopeças, a rua onde ela está instalada leva o nome do fundador Fukuichi Nakata.
“Essa é uma fábrica quem tem histórico de luta e os trabalhadores estão preparados para fazer a mobilização que for necessária para preservar os empregos e cobrar que a empresa negocie com o Sindicato medidas que possibilitem a permanência da produção na região”, concluiu.