Trabalhadores na Otis e Marcolar conquistam acordo. Companheiros na Weg e Aperam cruzam os braços por aumento real
Por conta da pressão do Sindicato em diversas fábricas da categoria, mais 14 empresas chegaram ao acordo de 6,14% de reajuste. Ao todo, 15.743 trabalhadores em 140 empresas da base já conquistaram o acordo.
Após a pressão dos trabalhadores na Otis, em greve desde o último dia 19, a direção da fábrica recuou e concedeu o reajuste salarial de 6,14%, correspondentes a 4,06% de reposição da inflação mais 2% de aumento real, conforme pleiteado pelo Sindicato. Ao todo, 15.743 trabalhadores em 140 empresas já conquistaram o acordo.
O diretor executivo dos Metalúrgicos do ABC e CSE na Otis, Genildo Dias Pereira, o Gaúcho, parabenizou a companheirada. “Os companheiros e as companheiras deram uma fantástica demonstração de confiança, unidade e organização no local de trabalho. Durante os três dias de greve nenhum trabalhador compareceu à fábrica e durante todo o tempo enviavam mensagens de apoio ao Comitê Sindical. Juntos lutamos e conquistamos nosso objetivo. Parabéns, gratidão e orgulho a essa companheirada aguerrida e de luta!”.
O coordenador do CSE, Marcelo Paschoalon, cumprimentou o pessoal na fábrica e ressaltou o trabalho da Comissão, da assessoria do Sindicato e de toda a direção que resultou na vitória.
“Os trabalhadores foram muito guerreiros. Foi uma luta desgastante, cansativa, mas o grande legado, o grande orgulho é ter conquistado e ajudado muitos trabalhadores na Otis”.
WEG
Na Weg, empresa que pertence ao Grupo 2, os trabalhadores iniciaram a greve ontem diante da intransigência da direção que insiste em não negociar com o Sindicato.
O coordenador de São Bernardo, Jonas Brito, ressaltou que o Grupo 2 tem dado trabalho durante a Campanha Salarial. “É um absurdo o desrespeito do G2. O Sindicato vai mapear essas empresas que são beneficiadas por recursos públicos, mas não respeitam o Sindicato e os trabalhadores. A companheirada da Weg está parada e o Sindicato continua aberto às negociações, esperamos que a direção da empresa tenha consciência e nos procure para e resolver a questão.”
Aperam
Os trabalhadores e trabalhadoras na Aperam, em Ribeirão Pires, devem iniciar hoje a paralisação. O coordenador da Regional, Marcos Paulo Lourenço, o Marquinhos, lembrou que não foram poucas as tentativas de dialogar com a fábrica.
“Na Aperam nós prorrogamos, conversamos, estávamos abertos a ouvir as propostas e sentar para discutir, mas infelizmente é um grupo que não valoriza o trabalhador e quer seguir o patronal. Então que o patronal bata peça para eles amanhã (hoje), que faça os tubos, porque o trabalhador estará parado”.
O CSE na Aperam, Mauricélio Bezerra da Silva, o Célio reforçou a seriedade do Sindicato nas negociações. “A todo momento buscamos a negociação, sempre dispostos a conversar com a empresa para que não chegasse ao momento em que a paralisação fosse necessária, mas não houve avanços”.
Marcolar
Já na Marcolar, após paralisação na manhã de ontem, os trabalhadores conquistaram o aumento real de 2%. “Durante o ano, o trabalhador na Marcolar sofreu demais por conta de diversas situações internas. E nesse momento da Campanha Salarial que ele deveria ser valorizado, simplesmente a empresa fala que vai seguir o patronal. O empenho de todos e a solidariedade dos CSEs em diversas empresas foi fundamental para chegarmos ao acordo”, disse Marquinhos.
O CSE Fábio Braga da Silva, reforçou a importância da unidade. “É fundamental que todos e todas sejam sócios do Sindicato para que tenhamos mais respaldo na mesa de negociação, para cobrar, mas também ajudar nas lutas”.
A CSE Maria José Pimentel dos Santos, a Masé, também destacou a participação dos trabalhadores para debater os assuntos que afetam o dia a dia. “O Sindicato não é o prédio, o caminhão de som ou a diretoria, o Sindicato são os trabalhadores todos unidos. Também agradeço a solidariedade de todos os CSEs de outras empresas que estiveram juntos na luta”.
A diretora executiva do Sindicato, Andrea de Sousa, a Nega, ressaltou a organização. “Trabalhamos o ano todo, fazemos hora extra, de sábado quando a empresa precisa, mas na hora do nosso aumento é essa enrolação. Agora temos a oportunidade de mostrar que estamos organizados para buscar o reajuste”.
O diretor administrativo do Sindicato, Wellington Messias Damasceno, destacou a retomada. “Semana que vem já vai fazer dois meses que deveríamos ter incorporado o reajuste ao nosso salário. Então a empresa não teve tempo de fazer suas contas? Provavelmente, eles não acreditaram na nossa capacidade de luta, de negociação e de convencimento. E aqui estamos dando um claro recado que esse é o começo da retomada”.