Trabalhadores na Samot aprovam proposta de PLR
Em assembleia na segunda-feira, 4, os trabalhadores na Samot, em São Bernardo, aprovaram a PLR (Participação nos Lucros e Resultados) negociada pelo Sindicato com a empresa.
O presidente dos Metalúrgicos do ABC, Moisés Selerges, conversou com os trabalhadores sobre a conjuntura do país e a necessidade de política industrial para gerar empregos e renda.
“Não tem como ficar feliz por receber PLR, cada um e cada uma aqui conhece alguém desempregado, que não tem como levar comida para a mesa de sua família. E uma das causas que discutimos o tempo todo é que não existe política para a indústria no Brasil. O Sindicato fica falando de política porque é ela que decide o nosso futuro”, explicou.
“Quando tinha o Inovar-Auto, para as empresas terem condições melhores de produção, tinham que comprar de fornecedores aqui no Brasil, que geravam empregos, renda e riqueza nacionalmente. Agora esse governo não tem política para a indústria e ainda quer zerar a alíquota de importação para três mil ônibus elétricos da China, sendo que temos condições e tecnologia para produzir no Brasil. Não vamos ficar quietos, precisamos mudar”, alertou.
O secretário-geral do Sindicato, Claudionor Vieira, destacou a unidade para avançar. “A vida do conjunto da classe trabalhadora tem que ser tratada como um todo, a forma de subordinação ao sistema capitalista de produção é o mesmo. Infelizmente a situação da classe trabalhadora é muito difícil. É preciso sonhar e acreditar em uma sociedade mais fraterna e justa. Que as pessoas voltem a falar de desenvolvimento econômico e fortalecimento da indústria nacional, não fiquem nesse discurso de ódio”.
A PLR
O pagamento será em duas parcelas, junho deste ano e em janeiro de 2023. Também foi aprovada a contribuição negocial em assembleia. Quem ficar sócio do Sindicato até o fim de abril será isento da taxa.
O coordenador de São Bernardo, Genildo Dias Pereira, o Gaúcho, destacou a importância da unidade para garantir conquistas.
“Há alguns anos essa empresa tinha parado de negociar por falta de recursos e lucros, mas aos poucos, o CSE e os trabalhadores vêm resgatando a PLR de forma responsável. A nossa defesa é que a empresa continue crescendo e investindo e o trabalhador produzindo e gerando lucro para que, no final, esse lucro possa ser repartido”, afirmou.
A CSE na Samot, Maria do Amparo Travassos Ramos, contou que foram cinco reuniões até chegar a uma proposta que pudesse ser colocada em apreciação dos trabalhadores.
“Em 2017, tivemos a reconquista da PLR e naquele ano começamos a negociação do zero. A negociação de agora vem desse histórico de reconquista nos últimos anos, com a vinda de investimentos. Somos nós, trabalhadores, que geramos a riqueza da empresa, isso é importante reforçar sempre”, disse.