Trabalhadores na Scania conquistam acordo salarial e renovação das cláusulas sociais até 2025
Negociação entre os Metalúrgicos do ABC e montadora garante reajuste com aplicação do INPC e aumento real a partir de 1º de setembro
Os trabalhadores na Scania, em São Bernardo, aprovaram durante assembleia realizada na última sexta-feira, 23, proposta de acordo coletivo que inclui reajuste salarial com aumento real, reajuste no vale-alimentação e renovação das cláusulas sociais negociados entre o Sindicato e a montadora.
O acordo com validade até 2025 garante reajuste com base na variação do INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) do período – entre setembro de 2023 a agosto de 2024 –, que deve ficar entre 4% e 4,15% e aumento real de 1,5% a partir de 1º de setembro, data-base da categoria. Além disso, os trabalhadores ainda garantiram a antecipação do 13° salário do ano que vem para abril de 2025 e aumento no vale-alimentação.
Também foi aprovada a contribuição negocial de 4% e quem ficar sócio do Sindicato até 30 de setembro, está isento do pagamento. “Deixando bem claro à companheira que o objetivo do Sindicato não é taxar ninguém, mas sim o fortalecimento da nossa luta para garantirmos ainda mais direitos, empregos e renda para o conjunto dos trabalhadores na fábrica”, afirmou o coordenador da representação sindical na Scania, Francisco Souza dos Santos, o Maicon.
União
“Toda vez que fazemos esse exercício de chamar os trabalhadores para votar uma proposta é pela importância da participação de todos e quem está na assembleia decide se aceita ou não a proposta, de maneira coletiva”, afirmou o vice-presidente do Sindicato e CSE na montadora, Carlos Caramelo. “Por isso, a representação sempre fala sobre estarmos juntos, participando da luta porque da mesma forma que temos nossos interesses, a fábrica tem os dela, e a responsabilidade da condução da negociação dessa planta passa pelos Metalúrgicos do ABC”.
Caramelo lembrou ainda que, cada vez mais, os trabalhadores e trabalhadoras na Scania têm que se engajar nos processos de diálogo com a empresa, a fim de pensar no futuro. “A Campanha Salarial é uma parte deste processo de luta. Temos muitas pautas em negociação como investimentos e geração de emprego e renda, por exemplo”, prosseguiu o dirigente.
“É um processo transparente e democrático, construído com a experiência dos trabalhadores e com a experiência do Sindicato, e o Sindicato é cada um de nós”.
Com aproximadamente cinco mil trabalhadores, a fábrica produz caminhões, chassis para ônibus e motores para geradores.