Trabalhadores na Toyota aprovam acordo e disposição de luta

Foto: Adonis Guerra

Na manhã de ontem os trabalhadores na Toyota, em São Bernardo, aprovaram em assembleia a jornada diferenciada, o calendário de trabalho 2019, o sistema de registro eletrônico de ponto e o acordo de compensação de horas-pontes negociado pelo Sindicato com a direção da fábrica. Os detalhes foram apresentados pelo coordenador do CSE, José Carlos de Souza, o Trovão.

Os companheiros também votaram pela solidariedade na luta com o pessoal na Ford e pela resistência contra a reforma da Previdência.

O secretário-geral dos Metalúrgicos do ABC, Aroaldo Oliveira da Silva, lembrou que cada acordo feito, cada Convenção Coletiva conquistada ajudam a afastar o que foi legalizado com a reforma Trabalhista. “Muitas coisas que eram ilegais foram legalizadas para prejudicar os trabalhadores”.

Aroaldo chamou a companheirada para se solidarizar com a luta pela manutenção da Ford em São Bernardo. “Esse debate não pode ficar só na Ford, senão a fábrica vai fechar. Precisamos levar esse debate para a sociedade brasileira como um todo. É muito grave e muito irresponsável essa decisão”.

Previdência

O dirigente conversou com os companheiros sobre os perigos que a chamada “Nova Previdência” representa para a classe trabalhadora e destacou que o maior problema do Brasil é os juros da dívida pública. Ele questionou sobre o que vai acontecer com a contribuição das empresas sobre a folha de pagamento em caso de um sistema de capitalização, como propõe o governo Bolsonaro.

“Será que as empresas vão aumentar os salários para os trabalhadores poderem contribuir mais? Ou será que, porque vão deixar de pagar um montante importante, vão diminuir o preço dos seus produtos? Isso é lucro direto para as empresas”.

Aroaldo lembrou que a Previdência integra um tripé da Seguridade Social que inclui a assistência social e saúde, criado na Constituição de 1988. “É importante ter clareza disso, porque todo o histórico da seguridade social até 2015 não tem déficit. O problema é pegar um sistema que tem mais de 20 anos, analisar três anos e querer mudar”.

“Você olha a propaganda do governo e parece uma coisa boa. Os mais pobres vão pagar menos e quem tem mais paga mais. Mas não é isso não, é mentira, a reforma vai prejudicar diretamente quem ganha menos. O Benefício de Prestação Continuada de R$ 400 acaba com a lógica do salário mínimo no Brasil. É preciso discutir muito, porque uma vez aprovada, não vamos conseguir desfazer”, avisou.

Da Redação.