Trabalhadores na Toyota aprovam acordo negociado pelo Sindicato

Proposta envolve as condições de transferência e a abertura de PDV para quem optar por deixar a empresa

Foto: Adonis Guerra

Os trabalhadores na Toyota, em São Bernardo, aprovaram em assembleia na tarde de sexta-feira, 3, a proposta negociada pelo Sindicato com a empresa. O acordo prevê as condições de transferência para os trabalhadores que optarem pela mudança de planta e a abertura de um PDV para quem decidir sair da empresa.

O presidente do Sindicato, Moisés Selerges, reforçou a trajetória de luta até esgotar todas as possibilidades na tentativa de reverter a decisão da Toyota, anunciada em 5 de abril. 

Foto: Adonis Guerra
Foto: Adonis Guerra

“Tivemos todo o processo de luta, passeata pela Marechal Deodoro, a negociação envolvendo a prefeitura, a reunião com o presidente da Toyota para América Latina e Caribe. Elaboramos uma proposta de viabilidade da planta, que não podemos esquecer que é lucrativa. Conversamos com o sindicato do Japão e com o governador do Estado”, lembrou.

“Tentamos todas as possibilidades, saio triste da assembleia pois gostaríamos de ter outro encaminhamento pela manutenção da planta. Mas, pelo fato de o Sindicato ser forte, chegamos na melhor proposta possível. Que todos saiam da Toyota São Bernardo de cabeça erguida”, afirmou.

O acordo

O acordo para quem decidir ficar na empresa contempla um pacote de transferência, bônus de transferência e estabilidade até novembro de 2026. Quem aderir ao PDV contará com assistência médica e cursos profissionalizantes.

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Também garante a data-base deste ano e do ano que vem com reajuste pelo INPC mais aumento real nos dois anos, além da renovação de todas as cláusulas sociais.

Outro item negociado foi o bônus de permanência, que vai até novembro de 2023, prazo da empresa para encerramento das atividades em São Bernardo.

O diretor administrativo, Wellington Messias Damasceno, explicou a proposta aos trabalhadores. “Infelizmente, a Toyota se manteve intransigente com a decisão de encerramento da planta, o que gera um prejuízo enorme para São Bernardo e para o ABC.  Percorremos todos os caminhos para chegar à melhor proposta possível, fomos até o limite da negociação para dar mais tranquilidade aos trabalhadores que optarem pela transferência e para garantir uma melhor condição aos que optarem por sair da fábrica”.

Foto: Adonis Guerra

A negociação incluiu ainda o PDV de arrependimento. Quem optar pela transferência, mas mudar de ideia entre o sexto e o sétimo mês poderá aderir ao PDV com 75% do valor que teria sido no momento da transferência.

“É importante ressaltar que o governo federal não se manifestou em nenhum momento sobre a questão da Toyota. Infelizmente, assistimos ao fechamento de outras empresas pelo país pela falta de uma política industrial e de um olhar do governo para a indústria e, sobretudo, para os trabalhadores que estão perdendo seus empregos”, concluiu Wellington.