Trabalhadores na Usimatic, Trefilação União e Udinese Papaiz aprovam mobilização de Campanha Salarial
Assembleia Geral da categoria será na sexta-feira, 6, às 18h, na Regional Diadema. Luta é pela reposição da inflação, aumento real de salário e Convenção Coletiva de Trabalho assinada.
Passado um mês da data-base dos metalúrgicos e sem proposta decente das bancadas patronais, os trabalhadores na Udinese Papaiz, em Diadema, na Usimatic e na Trefilação União, em São Bernardo, aprovaram a disposição de luta de Campanha Salarial em assembleias na sexta-feira, 29 de setembro. Todos os trabalhadores e trabalhadoras estão convocados para assembleia de Campanha Salarial na sexta-feira, 6, às 18h, na Regional Diadema do Sindicato, para definir os encaminhamentos.
Na Udinese Papaiz, o secretário-geral dos Metalúrgicos do ABC, Claudionor Vieira, destacou a busca por um acordo digno. “Os patrões não pensem que vamos ficar quietos, nunca ficamos. Somos nós que produzimos a riqueza do país e precisamos ser reconhecidos por isso, mas temos que fazer a luta e ir para cima. Se não tiver proposta que contemple os trabalhadores, vamos parar a produção das empresas”.
O coordenador da Regional Diadema, Antonio Claudiano da Silva, o Da Lua, falou das dificuldades das negociações com as bancadas patronais. “Nossa data-base é 1º de setembro, já passamos o mês inteiro e nossa paciência tem limite. Temos uma melhora na economia, no salário mínimo, previsão de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto), o momento de retomada é agora”.
A diretora da FEM-CUT (Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT) e CSE na Legas Metal, Aparecida Maria de Melo Santos, a Cida, reforçou o chamado para a mobilização. “A luta não é só sobre cláusulas econômicas, mas também pelas cláusulas sociais. São direitos muito significativos para todos e todas, entre eles o auxílio-creche, independente do número de trabalhadores e trabalhadoras na empresa”.
O coordenador de área, João Paulo Oliveira dos Santos, lembrou que a classe trabalhadora há anos vem sofrendo ataques feitos pelos empresários. “A média salarial caiu, enquanto o lucro dos patrões aumentou. Discutir o aumento acima da inflação é fundamental, assim como revisar os pisos e a busca pelas 40 horas semanais”.
O CSE na Udinese Papaiz, Iraildo Costa Lima, o Japonês, que é dirigente eleito em primeiro mandato, agradeceu o apoio na fábrica e reforçou a importância do envolvimento de todos e todas. “Essa assembleia é uma demonstração de união, nada do que conseguimos vem com facilidade, sempre envolve luta”.
São Bernardo
O coordenador de São Bernardo, Jonas Brito, contou sobre as dificuldades das negociações com as bancadas patronais. “Teve patronal que propôs o INPC, mas já deixamos claro que só reposição da inflação ou arredondamento de índice não contempla os anseios dos trabalhadores e trabalhadoras. O recado das mobilizações é que faremos a luta por aumento digno de salário”.
Na Usimatic, a diretora executiva do Sindicato, Andréa Ferreira de Sousa, a Nega, também fez o chamado para a unidade. “As pessoas querem saber quanto vai ter de aumento, mas isso só vai ser possível conquistar com a luta de cada um e cada uma”.
O CSE na Usimatic, Vanderlei Clemente Santana, contou que a companheirada na fábrica ficou feliz com a assembleia. “Eles se sentiram envolvidos no processo de negociação e isso fez com que aderissem com muita vontade à mobilização por avanços na Campanha Salarial”.
O coordenador da Regional Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, Marcos Paulo Lourenço, o Marquinhos, que participou da assembleia na Trefilação União, explicou que a Convenção Coletiva de Trabalho dos metalúrgicos é respeitada. “A reforma trabalhista não atingiu a categoria porque fizemos luta por uma Convenção Coletiva que resguarda direitos. E temos que honrar a luta que foi feita, manter e avançar nas conquistas para os próximos que virão”.
Campanha Salarial
O slogan deste ano é “A luta continua pela reconstrução dos direitos, dos salários e da democracia”. Os eixos da Campanha Salarial são: reposição da inflação, aumento real, valorização dos pisos salariais, valorização das convenções coletivas de trabalho, redução da jornada sem redução de salário e redução dos juros. A data-base é 1º de setembro.
A FEM-CUT representa 13 sindicatos e negocia a Campanha Salarial 2023 para cerca de 200 mil trabalhadores metalúrgicos no estado de São Paulo.