Trabalhadores na Volks protestam contra atendimento médico
Foram três atos ontem, um em cada turno, por causa do mau atendimento do serviço médico na montadora.
Três protestos dos trabalhadores
nos turnos da
manhã, tarde e noite contra
o serviço médico pararam a
produção na Volks por três
períodos de duas horas, ontem.
O pessoal reclama da
precaridade no atendimento.
Durante o protesto os
companheiros fizeram um
minuto de silêncio em homenagem
ao prensista Antone
Pereira da Silva, do
terceiro turno na estamparia,
que morreu na madrugada
de ontem, vítima de um
aneurisma cerebral.
Reinaldo Marques da
Silva, o Frangão, do Comitê
Sindical, diz que se amontoam
as reclamações dos
companheiros em relação ao
atendimento. Segundo ele, os
médicos raramente dispensam
o trabalhador que apresenta
um sintoma de doença e dificilmente
aceitam atestados
externos, mesmo sendo de
serviços da rede credenciada.
“Falta humanização ao
atendimento, o que gera uma
grande insatisfação do pessoal”,
protesta.
Ele afirma ainda que
a postura da fábrica irrita
a representação, já que a
montadora afirma que não
vê reclamação dos trabalhadores
toda vez que é pautada
para discutir o assunto com
a representação sindical.
“Os atos de ontem devem
servir de alerta a Volks, pois a
insatisfação é tanta que novas
paradas como essas podem se
repetir”, previu Frangão.
Prensista tomou Novalgina
e voltou ao trabalho
No domingo, 23 de
março, o prensista Antone sentiu fortes
dores de cabeça e
foi ao ambulatório.
Lá tomou uma Novalgina,
ficou em
repouso e retornou
ao trabalho. A dor
não passou.
Na segunda-feira
foi a um hospital
da rede conveniada
onde foi diagnosticado um
aneurisma cerebral. Ele passou
por cirurgia, mas não
adiantou. No domingo
foi constatada
a morte cerebral
e na madrugada de
segunda-feira Antone
veio a falecer. Sua
família decidiu doar
seus órgãos e o corpo
foi enterrado no
cemitério Vale dos
Pinheirais, de Mauá, ontem
à tarde.