Trabalhadores na Volkswagen do Paraná entram em greve por tempo indeterminado

Negociações não avançaram; metalúrgicos reivindicam aumento real, abono e índice maior de adicional noturno, entre outros itens

 

Em assembléia às 14h desta quinta-feira (03/09) os 3,5 mil  trabalhadores da Volkswagen-Audi de São José dos Pinhais decidiram paralisar as atividades por tempo indeterminado. Em reunião na tarde de ontem  (02/09) com o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC), a direção da montadora não apresentou proposta de reajuste à categoria, que tem data-base em 1° de setembro.

Com isso, os funcionários vão esperar de braços cruzados que as negociações avancem. Os trabalhadores reivindicam aumento real + reposição de 100% da inflação e abono já neste mês, além de elevação do piso salarial para R$ 1,5 mil. Hoje, o piso na empresa é de R$ 1.250,00.

Com a fábrica parada, SMC e Volks voltam à mesa de negociação às 14h desta sexta-feira (04/09) . “Esperamos que eles apresentem uma proposta digna, à altura da lucratividade que estão tendo. Os trabalhadores estão tendo que fazer hora extra todo sábado até o final de novembro para dar conta da produção. O setor automotivo brasileiro está batendo recordes históricos em vendas. O momento é altamente favorável”, afirma o presidente do SMC, Sérgio Butka.

O líder sindical disse que a montadora teve muito tempo para apresentar uma proposta. “Não estávamos avançando nas negociações com o Sinfavea (sindicato patronal) e por isso decidimos romper com eles e discutir o reajuste diretamente com a Volks. Só que eles também enrolaram. Os trabalhadores decidiram não esperar até sexta, pois entenderam que a Volks já teve tempo suficiente para apresentar alguma coisa. Se a proposta não surgir, a paralisação deve continuar”, prevê o líder sindical. Na fábrica de São José dos Pinhais são fabricados em média 840 veículos por dia, dos modelos Fox, Crossfox e Golf.

Renault também pode parar

Quem também pode entrar em greve a partir de amanhã são os cinco mil trabalhadores da Renault. Os metalúrgicos prometem paralisar as atividades se a montadora não apresentar uma nova proposta até o final do dia. Amanhã, às 5h30, o SMC realiza assembléia decisiva em porta de fábrica. Na última terça, os funcionários rejeitaram a primeira oferta da empresa: correção de 100% da inflação, R$ 1,5 mil de abono e 1% de aumento real referente uma negociação já fechada em 2008. Tudo isto em setembro.  Após recusaram a proposta, os metalúrgicos deram prazo até esta quinta para que a negociação avançasse.

Do Portal do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba