Trabalhadores no Grupo Movent discutem próximos passos da luta

Companheiros e companheiras aprovaram continuidade da mobilização em assembleia na sexta-feira e em plenária ontem. Também tiraram dúvidas com o departamento jurídico do Sindicato

Foto: Adonis Guerra

Companheiros e companheiras aprovaram continuidade da mobilização em assembleia na sexta-feira e em plenária ontem. Também tiraram dúvidas com o departamento jurídico do Sindicato

Os trabalhadores e trabalhadoras no Grupo Movent, em Diadema, aprovaram a continuidade do estado de mobilização em defesa dos direitos e contra as cerca de 190 demissões em plenária realizada ontem, na Regional Diadema, e também em assembleia na última sexta-feira, dia 24, na fábrica. 

Foto: Adonis Guerra

Na plenária, o Sindicato discutiu a situação e os próximos passos da luta contra as demissões em massa, práticas ilícitas e antissindicais da empresa. Na ocasião, os trabalhadores esclareceram dúvidas jurídicas.

O coordenador da Regional Diadema, Antonio Claudiano da Silva, o Da Lua, destacou que cada dia é uma estratégia de luta e que todos e todas se mantenham unidos e mobilizados, já que a situação é crítica e não se sabe quem são os reais donos da empresa.

“Não se sabe quem são os acionistas do tal fundo de investimento dos Estados Unidos e Portugal que estão sugando o patrimônio da empresa. Não estão preocupados com absolutamente nada, não se responsabilizam pelos danos causados aos trabalhadores e suas famílias”.

“Temos que fazer a luta que for necessária para reverter as demissões em massa, que não são permitidas no país sem negociação prévia. Além disso, a empresa não pagou o vale de ninguém, cobramos a data de pagamento e ficaram de arrumar matéria-prima para produzir e pagar os trabalhadores, mas até agora nada. Os trabalhadores foram dispensados por falta de matéria-prima para produzir. Vamos continuar discutindo conjuntamente a melhor estratégia”.

Foto: Adonis Guerra

Na assembleia, a diretora executiva do Sindicato, Andréa Ferreira de Sousa, a Nega, reforçou a importância da unidade de todos e todas. “A única solução é a luta e a união, não podemos baixar a cabeça, por mais difícil que seja. Contem com a nossa solidariedade, no que precisar estaremos aqui”.

Desde o dia 17, foram cerca de 190 demissões por telegramas de trabalhadores e trabalhadoras na Movent, Movent Forjados e MVT. Entre elas pessoas com estabilidade no emprego, como trabalhadoras grávidas, companheiros com câncer, reintegrados pela justiça, vítimas de acidente de trabalho com redução da capacidade laboral, afastados pelo INSS, representantes sindicais e cipeiros. Em assembleia no dia 21, os trabalhadores aprovaram a entrega do aviso de greve ao Grupo Movent.

Foto: Adonis Guerra

Reintegração

Na sexta-feira, dia 24, o Sindicato conquistou na justiça a reintegração da trabalhadora Iara Chagas Gomes, que tinha sido demitida grávida e foi internada ontem para o parto.

“Quero agradecer o pessoal do comitê de fábrica, do Sindicato, todos os advogados, porque o que a empresa vem fazendo é algo desumano. Além das demissões, ainda não respeita os direitos que a gente tem, uma mulher grávida, no fim da gestação, com gestação de risco”, afirmou.