Trabalhadores nos aplicativos iFood, Uber e 99 fazem atos por melhores condições de trabalho
Os trabalhadores nos aplicativos iFood, Uber e 99, entre motoristas e entregadores, organizam greves e manifestações a partir de hoje em pelo menos 16 cidades brasileiras, entre elas São Paulo.
Entre as reivindicações em comum estão melhores condições de trabalho, aumento da remuneração das corridas e rechaço à alta no preço dos combustíveis. O ato leva o nome de “apagão dos aplicativos” em algumas cidades.
A expectativa é que cerca de 700 motoristas participem hoje em frente à empresa, na Barra Funda, em São Paulo. Já o breque dos entregadores paulistas está marcado para sexta-feira, 1º de abril, com concentração prevista às 8h em frente ao estádio do Pacaembu.
Após o anúncio de aumento nos preços dos combustíveis pela Petrobras no último dia 10, de 19% para a gasolina e 25% para o diesel, a Uber, a 99 e o iFood comunicaram que farão reajustes nas remunerações aos trabalhadores, o que ainda não aconteceu.
Além do aumento na remuneração, há a demanda dos motoristas de alterações na porcentagem de cada corrida, do deslocamento até o passageiro, do valor mínimo da corrida e instalação de câmeras nos carros das motoristas mulheres. Já na pauta dos entregadores estão o fim de duas ou mais entregas em uma mesma corrida, fim de bloqueios injustos pela plataforma, distribuição de pedidos igualitária entre as modalidades de entregadores e que o reajuste de taxas seja anual.
Entre as cidades com atos previstos estão: São Paulo (SP), Carapicuíba (SP), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA), Belo Horizonte (MG), Aracaju (SE), Teresina (PI), Manaus (AM), Recife (PE), Porto de Galinhas (PE), Vitória de Santo Antão (PE), Caruaru (PE), Garanhuns (PE), Petrolina (PE), Porto Alegre (RS) e Curitiba (PR).
Trabalho decente
Segundo o relatório “Fairwork Brasil 2021: Por trabalho decente na economia de plataformas”, vinculado à Universidade de Oxford, em uma escala de 0 a 10, o ifood e a 99 receberam nota 2; a Uber, nota 1.
O estudo pontua as condições de trabalho injustas e a falta de proteções aos trabalhadores. Os pesquisadores entrevistaram motoristas e entregadores para analisar o trabalho justo a partir de cinco eixos: remuneração, condições de trabalho, contratos, gestão e representação.
Com informações do Brasil de Fato e da CUT.