Trabalhadores param hoje contra reformas e terceirização

(Foto: Adonis Guerra)

Trabalhadores de todo País estarão hoje nas ruas no “Dia Nacional de Mobilização” contra o desmonte da Previdência, da CLT e o projeto de terceirização. Os Metalúrgicos do ABC se unirão aos companheiros no ato, às 16h, em frente ao Masp, na Av. Paulista. A manifestação é convocada pela CUT, demais centrais sindicais e lideranças dos movimentos sociais e estudantis.

O ato servirá para organizar a classe trabalhadora para a greve geral, que ocorrerá em abril. Paralisações de categorias, manifestações, trancamento de avenidas e rodovias são algu-mas das ações previstas.

Ao longo da semana, foram realizadas diversas assembleias em portas de fábricas para mobilizar a categoria. Ainda no início da manhã de hoje, dirigentes conversam com os trabalhadores na porta da Mercedes e da Scania.

Ontem, os trabalhadores na Ouro Fino, em Ribeirão Pires, e All Fasterners (General Fix), em Diadema, aprovaram por unanimidade a disposição de luta contra a terceirização geral e as reformas da Previdência e Trabalhista em assembleias ontem.

O vice-presidente do Sindicato, Aroaldo Oliveira da Silva, destacou que este é o momento de os trabalhadores se apropriarem dos debates e rebateu o discurso do governo para emplacar a terceirização.

“O discurso da terceirização parece muito bonito, fala-se em especialização e geração de empregos, sempre na comparação com países desenvolvidos. Porém, a regulamentação do trabalho terceirizado nesses países é outra, lá as empresas têm que pagar os mesmos salários, com os mesmos benefícios e jornadas, enquanto no Brasil, nenhum terceirizado ganha igual ao trabalhador da empresa contratante”.

Aroaldo classificou como “erro gritante” o cálculo apre­sentado na propaganda do governo, suspensa pela 1ª Vara Federal de Porto Alegre, sobre déficit. “A Previdência faz parte da Seguridade Social, composta por um tripé, com contribuição dos trabalhadores, de empresas e impostos. Ocorre que muitas empresas devem grandes for­tunas e o governo quer cobrar da gente, aumentando a idade mínima”.

Na parte da manhã, o coor­denador da Regional de Ribei­rão Pires e Rio Grande da Serra, Marcos Paulo Lourenço, o Mar­quinhos, chamou os trabalha­dores para a mobilização. “As assembleias são importantes para explicar aos companheiros que o que está em jogo são os direitos dos trabalhadores e de toda a sociedade”, afirmou.

“A ideia é que todos parti­cipem e que cada metalúrgico do ABC leve informações para suas casas, famílias, vizinhos e amigos. Temos que ir para a luta e não pagar o pato com essas reformas”, lembrou.

À tarde, o CSE reeleito na All Fasterners, João Paulo Oli­veira também convocou para luta. “Esse projeto de terceiri­zação, já aprovado na Câmara, é pior que o 4330, é um rolo compressor. Vamos precisar de muita disposição para que ele não acabe com a nossa classe”, reforçou.

“Quando se divide o número de trabalhadores por empresas terceirizadas e em diferentes sindicatos, fica mais fácil des­mobilizar e facilita a pressão por parte dos patrões”, explicou.

O coordenador da Regional Diadema, Claudionor Vieira do Nascimento reforçou o concei­to de unidade. “Existe hoje uma crise de identidade na classe tra­balhadora, aqueles que ganham mais acham que deixaram de pertencer à classe trabalhadora, o que é uma ilusão e todos pre­cisam tomar consciência disso. Não é possível uma sociedade guerreira como a nossa, deixar esses retrocessos acontecerem”, alertou.

ATO NA PAULISTA

Em São Paulo, a concentra­ção será na Avenida Paulista, em frente ao MASP, a partir das 16h. Depois, os manifestantes sairão em passeata até a Praça da República.

Os professores da rede mu­nicipal se concentrarão na Praça do Patriarca, às 16h, e seguirão em passeata até a Praça da República, onde se unirão aos demais companheiros para o ato de encerramento, às 18h.

Da Redação