Trabalhadores param Mercedes por PLR

Moisés Selerges, diretor Administrativo do Sindicato, em assembleia na Mercedes

A produção na Mercedes foi totalmente interrompida na última sexta-feira à tarde, após todos os trabalhadores no segundo turno da empresa – cerca de três mil – realizarem um protesto contra as mudanças que a direção da montadora pretende fazer no cálculo da Participação nos Lucros e Resultados (PLR).

Em assembleia realizada no pátio da empresa na sexta-feira à tarde, os metalúrgicos decidiram encerrar suas atividades e ir para casa, deixando o interior da fábrica totalmente vazio.

A assembleia também definiu que todos os companheiros que trabalhariam normalmente amanhã não assumirão seus postos e darão sequência ao movimento.

Nesta segunda-feira, dia 19, os trabalhadores voltarão a se reunir para definir quais os rumos que darão à mobilização.

Sem reajuste

Segundo Max Pinho, integrante da coordenação do CSE, o movimento começou depois que a montadora propôs a mudança do cálculo da PLR e sugeriu que os trabalhadores abrissem mão do reajuste na data-base deste ano.

“As negociações sobre a Participação nos Lucros e Resultados estavam emperradas”, contou. “O impasse acontece porque já temos uma estrutura simplificada de cálculo, que prevê um determinado valor por veículo produzido”, prosseguiu.

“A empresa, porém, quer alterar esta estrutura e voltar para uma estrutura antiga, que consideramos prejudicial aos interesses dos trabalhadores”, disse Max. “E para nós é ponto de honra manter a estrutura atual”, afirmou.

Com o impasse, a Mercedes falou em uma reunião que só avançaria as negociações da PLR caso os  trabalhadores abrissem mão do reajuste da data-base de 2014.

A proposta desagradou profundamente os metalúrgicos e desencadeou o movimento.

Da Redação