Trabalhadores param Terbraz por respeito

Protesto nesta manhã cobrou pagamentos atrasados


Fotos: Rossana Lana / SMABC

Demissões não indenizadas, falta de recolhimento no FGTS e atraso na entrega da cesta básica. Esse conjunto de problemas levou os cerca de 130 companheiros na Terbraz, autopeças de Diadema, a cruzar os braços na manhã desta terça-feira, em protesto que reuniu também 43 companheiros demitidos no início do ano e que não receberam seus direitos.

A fábrica está em processo de recuperação judicial, mas para o Sindicato isto não justifica esse comportamento arbitrário e desrespeitoso com os trabalhadores. “A empresa tem produto e produção porém sofre com uma má administração”, denunciou Claudionor Vieira, diretor do Sindicato.

Ele baseia sua afirmação no histórico recente da fábrica que há pouco tempo contava com mais de 300 metalúrgicos, ampliou a produção em um terço e chegou a criar um terceiro turno e quebrou em seguida.

Uma leva de companheiros demitidos anteriormente aceitou parcelar suas verbas rescisórias, porém duas percelas apenas foram honradas.

“A Terbraz não tem responsabilidade e nem sensibilidade com quem contribuiu com seu crescimento. Por traz de cada trabalhador, há uma família”, desabafou Claudionor.

Foi agendado um encontro com a empresa para esta quinta-feira, mas o Sindicato não descarta repetir outras ações.


Magrão mostra as contas atrasadas

“As contas não esperam”
Agno Robson, o Magrão da Embalagem, um dos demitidos compareceu no protesto com um maço de contas atrasadas.

Trabalhou por 10 meses e afirma ter por volta de R$ 5,5 mil para receber, fora o Fundo de Garantia e a multa de 40%. “Sou pai de família e as contas não esperam”, desabafou o trabalhador ao afirmar não ser tratado com respeito pela fábrica que havia lhe prometido uma carreira profissional.

“Logo depois da demissão, tentaram nos impor um acordo de parcelamento em 12 vezes sob coação e ameaça”, recorda o metalúrgico que passou pela mesma situação outras duas firmas. “Só que nelas recebi tudo”.

Desta vez foi diferente e até o sonho da casa própria ele teve de adiar. “Agora quem garante o arroz com feijão em casa é minha mulher”.

Da Redação