Trabalhadores rejeitam proposta e greve continua na LG Electronics

Segundo o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté e Região, Isaac do Carmo, a vontade e disposição de luta dos trabalhadores será respeitada e legitimada pelo Sindicato.

 

 

Os trabalhadores na LG Electronics de Taubaté rejeitaram na manhã desta quinta-feira, dia 4, a proposta que foi apresentada pelo TRT (Tribunal Regional do Trabalho) de Campinas sobre o impasse nas negociações do plano de cargos e salários na empresa.

Com a rejeição da proposta, os trabalhadores continuam o movimento de greve na empresa, e uma nova audiência será convocada em caráter de urgência para que a LG possa apresentar uma proposta que contemple a categoria.

O TRT orientou na audiência de ontem que os trabalhadores retornassem ao trabalho independentemente do resultado da assembléia.

O Sindicato considera delicada uma volta ao trabalho sem uma proposta efetivamente aprovada pelos trabalhadores, pois a insatisfação da categoria pode refletir na qualidade do produto e no desempenho dos trabalhadores.

Segundo o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté e Região, Isaac do Carmo, a vontade e disposição de luta dos trabalhadores será respeitada e legitimada pelo Sindicato.

“Chegou a hora da empresa mostrar que tem capacidade de atender as reivindicações do trabalhadores e resolver de uma vez esse impasse”, disse Isaac.

Ainda segundo Isaac, “os trabalhadores querem retornar ao trabalho, mas com uma proposta que contemple as reivindicações dos trabalhadores e estão deixando claro o grau de insatisfação com a empresa”.

A greve continua na LG Electronics nesta quinta-feira, dia 4, e uma plenária com os trabalhadores está marcada para as 10h na sede do Sindicato. O objetivo dessa plenária é avaliar a mobilização e discutir as reivindicações dos trabalhadores.

A LG Electronics de Taubaté tem 2.400 trabalhadores e produz telefones celulares, monitores e notebooks.

Confira a proposta apresentada e rejeitada pelos trabalhadores

Reajuste – A proposta rejeitada compreendia reajuste para 90% dos trabalhadores do Grupo 2 em 2010 e 80% dos trabalhadores do mesmo grupo em 2011. Reajuste de 70% para os trabalhadores do Grupo 3 em 2010 e para 60% dos trabalhadores do Grupo 3 em 2011.

Para os trabalhadores do Grupo 4 o reajuste em 2010 seria para 70% dos trabalhadores e em 2011 para 60% dos trabalhadores, com a criação ainda de duas faixas salariais para este grupo.

Para os trabalhadores do setor administrativo o reajuste seria para 70% dos trabalhadores, sendo 35% para 2010 e 35% para 2011.

Horas extras – Constava ainda da proposta o fim das horas extras abusivas, devendo a empresa realizar apenas o que está previsto em lei, que são duas horas extras por dia. E caso, o trabalhadores cumprisse jornada de 7 dias seguidos na semana seguinte teria direito a folga remunerada.

Desvio de Função – Sobre os desvios de função, a proposta colocava a data de 20 de fevereiro para a empresa apresentar a correção de todos os desvios de função. Esta correção seria apresentada ao Sindicato e se houvesse alguma irregularidade a empresa teria até 20 de março de 2010 para corrigir e aplicar com data retroativa a janeiro de 2010.

Teto Salarial – Sobre o teto, ficou também estabelecido na audiência desta quarta-feira, 3, que a empresa seria obrigada a apresentar até a data de 31 de março de 2010 uma proposta que deixe clara a política de valorização do teto.

Estabilidade – Também fazia parte da proposta a garantia de manutenção do nível de emprego de 90 dias para os trabalhadores, como forma de evitar que a empresa fizesse retaliações e demitisse os trabalhadores.

Dos dias Parados – Ficou determinado que dos 4 dias parados de greve, 2 seriam compensados pelos trabalhadores e 2 seriam pagos pela empresa. A compensação seria feita nos dias 06 e 27 de fevereiro.

 Sindimetau