Trabalhadores rurais: 54 assassinatos neste ano

Lideranças da Comissão Pastoral da Terra e do Movimento Sem Terra estão pedindo ações concretas do governo federal em relação à violência no campo e às milícias armadas pelos latifundiários.

O presidente da Comissão Pastoral da Terra, bispo Tomás Balduíno, denunciou que a grande imprensa vem manipulando informação ao tratar da violência no campo.

“A violência no campo aumentou porque aumentaram os assassinatos e os despejos de famílias assentadas, e não porque aumentou o número de ocupações”, avisou ele.

O bispo comentou que entre janeiro e junho a Justiça despejou 8.492 famílias de assentamentos legalizados, com juízes concedendo liminares em cima de documentos frios.

O presidente da Comissão disse também que as 54 mortes são um triste recorde neste ano. “Além de violência judiciária e da mídia, existe a violência armada, com capangas encapuzados que utilizam armas de uso exclusivo do Exército”.

Dom Balduíno lembrou que José Rainha, Diolinda Alves e outros sem-terra que estão nas cadeias são, na verdade, presos políticos.

José Rainha é o único preso no País sob acusação de porte ilegal de arma e Diolinda é acusada de formação de quadrilha.

O comitê pela libertação dos presos políticos se reúne às quintas-feiras na Câmara Municipal de São Paulo, e tem realizado diversos atos e manifestações pelo País.