Trabalhadores voltam a parar a França contra reforma na previdência
Paralisação afeta principalmente sistema de transportes e educação do país
Uma nova greve geral contra o plano do governo francês de aumentar a idade para as aposentadorias parou serviços essenciais nesta quinta-feira. Os sindicatos pretendem levar milhões de pessoas às ruas da França para protestar.
A paralisaçao afeta principalmente o sistema de transportes e a educação.
O governo apresentou na semana passada uma proposta para aumentar a idade de aposentadoria de 60 para 62 anos, a partir de 2018, elevando o tempo de trabalho necessário para se conseguir a aposentadoria.
A crise econômica instalada na Europa levou os governos a adotarem as receitas do mercado financeiro, que visam a precarização de direitos por meio da redução nos mecanismos de proteção social. Para os sindicatos, essa mudança é um ônus injusto para os trabalhadores.
Líderes de alguns dos seis sindicatos que convocaram conjuntamente a greve afirmaram que estavam planejando grandes manifestações nas ruas, ao longo do dia.
Também foi convocada uma paralisação no serviço de correio, em empresas fornecedoras de gás e eletricidade e em várias companhias privadas.
Os funcionários gráficos aderiram ao movimento, levando jornais diários como o Le Monde e o Libération a desistirem de suas edições de sexta-feira. Emissoras como a France Info, geralmente integralmente dedicada ao jornalismo, tocavam músicas para preencher os buracos gerados pelos funcionários parados.
Grandes protestos já forçaram o governo francês a recuar em reformas sociais no passado. Dessa vez, o ministro do Trabalho, Eric Woerth, afirmou que o governo não cederá no aumento da idade para a aposentadoria.
A mudança busca ajudar o país a alcançar a meta de ter um déficit de 3% de seu Produto Interno Bruto (PIB) em 2013. Também é um aspecto central da agenda do presidente Nicolas Sarkozy, que se prepara para tentar a reeleição em 2012. A lei sobre a reforma deve ser analisada pelo gabinete de governo no mês que vem e então seguir para o voto do Legislativo, em setembro.
Da Agência Dow Jones