Trabalhando devagar
Tendo como emblema um caracol, está se difundindo na União Européia um movimento de slow food, comer devagar, em oposição ao fast food, comer apressado, cujo símbolo maior são as lanchonetes.
>> Onda extrapola e atinge as empresas
Segundo a revista internacional de negócios Busines Week, essa onda já está sendo incorporada pelas empresas com o nome de slow Europe, Europa devagar.
Os principais exemplos são a Alemanha e a França, onde se trabalha 35 horas semanais e a produtividade é maior que a dos americanos e ingleses.
Na Alemanha, algumas empresas que reduziram a jornada para 28,8 horas semanais viram a produtividade de seus empregados crescer 20%.
>> Quebrando velhos tabus
Diferente do que estamos acostumados a ouvir, o Europa devagar vem provando que é possível conseguir a mesma produção em menos tempo de trabalho, com maior qualidade, menos estresse e, naturalmente, maior ganho para todos.
Isso é fruto de novas formas de organização do trabalho e do desenvolvimento tecnológico, como a automação industrial e a informatização nas áreas de serviços e das comunicações.
>> E a gente na contramão
Enquanto a tecnologia melhora a vida dos trabalhadores na Europa, aqui ela ainda significa desemprego. A ganância desenfreada das corporações por lucros cada vez maiores leva as empresas a demitir em vez de reduzir a jornada.
Assim, aqueles que se mantém trabalhando ficam sujeitos a longos turnos diários, horas extras, ritmo alucinante de trabalho, estresse e piora da qualidade de vida.
>> Que venha o Devagar Brasil!
Agora é hora de discutirmos um Devagar Brasil com redução da jornada, aumento do nível do emprego e mais tempo livre para uma vida melhor!
Comissão de Saúde, Condições de Trabalho e Meio Ambiente