Trabalho Decente: Por um novo modelo de economia sustentável

Laís Abramo, diretora do escritório da OIT no Brasil garante que é possível desenvolver uma agenda do trabalho decente no ABC

Laís Abramo, diretora do escritório da Organização Internacional do Trabalho (OIT) no Brasil, disse nesta quarta-feira (22) em debate com a diretoria do Sindicato que é possível desenvolver uma agenda do trabalho decente no ABC. O trabalho decente é uma maneira de pensar na superação e transformação do atual modelo econômico.

Ela foi instituída pela OIT há dez anos. A OIT é a única agência especializada da ONU com caráter tripartite, constituída pelos governos e entidades de trabalhadores e empregadores.

O que é trabalho decente?

É o trabalho produtivo, remunerado, exercido em condições de liberdade e segurança, capaz de produzir uma vida digna.

Com essa agenda se desenvolveu?

Nestes anos de pensamento neoliberal, a OIT remou contra a correnteza, pois foi difundida a ideia de que o mercado seria capaz de garantir o crescimento econômico e o bem estar das pessoas, o que não é verdade.

O trabalho decente é uma solução para a crise?

Só o crescimento econômico não resolve o problema do trabalho decente, é preciso a participação dos governo com a criação de políticas públicas.

Os países que adotam a promoção do trabalho decente assumem propostas como reduzir pela metade o número de jovens desempregados e eliminar todas as formas de trabalho infantil.

Como está esse debate aqui no Brasil?

Existe um plano nacional já aprovado em consenso tripartite. Em junho, decreto presidencial instituiu o comitê interministerial, que vai ser o gestor da agenda.

Já existem experiências nesse sentido?

O governador baiano Jaques Wagner (PT) saiu na frente e, junto com empresários e trabalhadores, adotou uma agenda de trabalho decente. É a primeira experiência no mundo que não tem abrangência nacional. Depois disso, o governo do Mato Grosso também adotou a agenda.

É possível desenvolver uma agenda de trabalho decente aqui no ABC?

Uma agenda do trabalho decente requer vontade política, criação de uma instância para institucionalizar o processo e realização de um diagnóstico para a definição de prioridades.

Um fato positivo é que a região já possui experiência de debates tripartites como foi a câmara regional. É inteligente aproveitar a crise para pensar num novo modelo de economia sustentável.

Da Redação