Trabalho degradante: Libertados 4.000 em fazendas de cana em Goiás
Grupo móvel do Ministério do Trabalho encontrou
no início do mês cerca de 4.000 pessoas
em condições degradantes de trabalho em fazendas
de cana na região Sul de Goiás, sendo que 2.000
viviam em barracos em péssimas
condições de higiene.
Em três fazendas as condições de
trabalho eram tão precárias que os fiscais
interditaram o corte manual da cana por tempo indeterminado.
Muitos dos trabalhadores vieram do Maranhão e do
Piauí trazidos pelos intermediários conhecidos
por gatos.
Nas fazendas não havia água potável,
os banheiros eram insuficientes e as marmitas ficavam debaixo do sol. O
pessoal saía dos barracos às 4h da
manhã e retornava às 18h, inclusive aos domingos.
Os donos das fazendas, além do acerto das dívidas
trabalhistas, receberam multas administrativas e foram
incluídos na lista suja, perdendo direito aos
créditos federais.
Ações em todo o País
As ações das equipes móveis de
fiscalização do trabalho aumentaram nos
últimos três anos, libertando milhares de pessoas
em trabalho escravo ou degradante.
Na quarta-feira da semana passada foram libertados 249 trabalhadores em
fazenda de cana na região Oeste do Mato Grosso.
Eles foram recrutados no Nordeste com promessa de ganhar R$ 1.500,00
mensais. Na fazenda, dividiam um único banheiro, com o
esgoto correndo a céu aberto em frente ao local onde
dormiam. Muitos estavam doentes, com cortes e
infecções intestinais.
Só as dívidas trabalhistas somam R$ 530 mil. Os
donos também receberam multas administrativas e trabalhistas
e serão indiciados criminalmente.
Várias outras ações foram realizadas
quase que diariamente em julho e agosto no Pará, Tocantins,
Bahia e Paraná, quando foram libertados outros 169
trabalhadores.