Trabalho e cidadania completa um ano

Mais de 1.500 metalúrgicos e metalúrgicas já freqüentaram o programa conquistado na Campanha Salarial de 2009


Turma desta quarta (20). Fotos: Raquel Camargo / SMABC

Com um grupo predominante de jovens na Volks, Mercedes-Benz e Ford, o programa Trabalho e Cidadania completou um ano nesta quarta-feira (20). O programa visa mostrar a atividade sindical ao trabalhador (veja abaixo).

“Não tinha a dimensão do Sindicato. A imagem que faço agora é outra”, comentou Fabiana Cristina Yumioka, de 23 anos, da área de exportação da Mercedes. Para ela, Sindicato se relacionava apenas a greves, ideia herdada dos pais. Ela agora viu que não é assim.

Arnaldo Oliveira Lima, 20 anos, mecânico de manutenção na Ford, explicou à sua colega que a forma de organização mudou. “Antes a relação era de conflito com as fábricas, hoje é de negociação”, analisou

Carolina Aguiar de Souza, de 23 anos, trabalhadora na logística de motores na Mercedes, viu no curso o que viveu. “Fui efetivada depois do Senai pela ação do Sindicato”, reconheceu.

São essas impressões que revelam a importância do programa para formar e informar a categoria. “Chegando à fábrica vou reproduzir para meus colegas o que vi aqui”, prometeu Rodnei da Silva, 29 anos, montador na Volks, para quem os jovens resistem em se aproximar do Sindicato.

Essa aproximação é apontada por João Ricardo Barbosa, 30 anos, também montador na Volks, como o lado mais importante do programa.
“Ela mostra o processo de evolução do Sindicato nos seus 50 anos e é importante todos participarem para conhecer essa experiência”, afirmou. Segundo ele, muitas vezes o trabalhador apenas se relaciona com o Sindicato por causa do debate salarial.

Para Rafael Pires Marinheiro, 20 anos, eletricista de manutenção na Ford, passar pelo curso foi reviver histórias que ouviu em casa. “A história do Sindicato chamou muito a minha atenção. Aprendi muito sobre o que meu pai e avós, todos metalúrgicos, viveram”, contou. 


Walter Souza

A construção do futuro
Walter Souza, diretor do Sindicato e coordenador do programa, faz um balanço do Trabalho e Cidadania 

Como foi o primeiro ano?
Foi além foi do que se esperava. À medida que os conteúdos são apresentados, os trabalhadores colocam temas da agenda sindical vivenciados no dia-a-dia, como o problema das importações no setor automotivo. 

O trabalhador entende o significado do programa?
A experiência mostra que o metalúrgico está ligado no que o Sindicato faz. Compreende que se a gente não atua, ele não tem garantia do seu futuro. Além de compreender, sente-se responsável pelas causas que defendemos e se tornam atores e pertencentes ao nosso processo de luta. 

É este o objetivo do programa?
Um deles. O objetivo central é seguir na construção e na consolidação do nosso modelo de organização sindical, que é o da representação direta no local de trabalho, e estimular e ampliar a negociação coletiva. 

Por que trazer jovens para comemorar um ano do programa?
Porque, no fundo, estamos falando da construção do futuro. Todo o legado mostrado aqui será uma herança a eles. 

Conheça melhor o programa
O Trabalho e Cidadania é um programa de formação no qual o metalúrgico passa um dia no Sindicato para conhecer a história da categoria, a forma de organização dos metalúrgicos do ABC e como tudo culminou no atual processo de negociação coletiva, seja na fábrica ou em uma campanha salarial.

Este dia foi conquistado na campanha salarial de 2009 e pouco mais de 1.500 metalúrgicos e metalúrgicas já o freqüentaram.

Da Redação