Trabalho em casa
Em um mundo cada vez mais globalizado, não existe mais segurança no mercado de trabalho formal. Numa era onde as grandes corporações só pensam em diminuir seu tamanho (em termos de número de empregados) fica mais difícil falar em segurança. A idéia do trabalho em casa surgiu de uma necessidade de adequação aos novos tempos.
Conforme reportagem da Revista Exame (agosto/2001), deve-se deixar claro que o trabalho em casa não se refere àquele realizado por profissionais liberais ou autônomos e tampouco aos “bicos” que muitos brasileiros fazem para sobreviver; mas aos funcionários de uma empresa que têm algum tipo de arranjo formal para não trabalhar na sede ou nas filiais.
Há alguns anos, quando as discussões sobre as mudanças no ambiente de trabalho começaram, muitos apontavam o trabalho em casa como uma tendência irreversível. Afinal ele traria tanto o aumento da produtividade quanto o equilíbrio entre a vida pessoal e a carreira. Por isso parecia agradar tanto patrões como empregados.
No entanto, passado alguns anos, estudos acadêmicos, relató-rios de firmas de consultoria e reportagens da imprensa demonstram que muitos estão decepcionados com o que era uma promessa tão grandiosa. Profissionais se dizem cansados do isolamento e acham que trabalhar sem sociabilizar pode ser improdutivo. Há ainda profissionais que acreditam que o distanciamento do contato humano no escritório prejudicaria na hora de conseguir uma promoção e aumento.
Segundo especialistas, trabalhar em casa exige, além de disciplina, uma enorme automotivação, e a maioria dos trabalhadores é movida por motivações externas. Além disso, quem trabalha em casa tem demonstrado incapacidade de saber quando parar, aumentando o estresse, o que acaba transformando a casa em um escritório. Na verdade, pesquisas já apontam que, com o ritmo alucinante de mudanças tecnológicas e teorias de gestão, quem está fora do escritório pode ficar rapidamente defasado e isso é inadmissível num momento em que trabalhar em equipe é a palavra de ordem.