Trabalho escravo: Governo aumenta o cerco

O governo federal vai proibir os bancos privados de fazerem empréstimos a pessoas que exploram o trabalho escravo – os bancos públicos já não fazem esta operação. O secretário especial dos Direitos Humanos, Nilmário Miranda, revelou que a medida já está pronta e logo irá ao Conselho Monetário Nacional, órgão que disciplina o sistema financeiro no Brasil.

“Temos de mostrar que financiar escravocrata é atividade de alto risco para os negócios de quem empresta”, disse ao encerrar a participação em reunião da Comissão Nacional para a Erradicação do Trabalho Escravo, que completou 18 meses de atividade.

Nilmário comemorou os resultados e assegurou que o governo cumprirá a meta de acabar com o trabalho escravo no País até 2006. Até julho foram realizadas 99 operações de combate em 387 propriedades rurais. Nelas foram liberados 6.465 trabalhadores, lavrados 2.633 autos de infração e pagos R$ 8,7 milhões em direitos trabalhistas.

Assassinato
O governo pretende agora avançar na prevenção contra os focos de aliciamento do trabalho escravo. A idéia é conseguir alternativas para que trabalhadores não sejam pegos nas armadilhas dos recrutadores de mão-de-obra.

O secretário especial de Direitos Humanos comemorou também a prisão do fazendeiro Norberto Mânica, de Unaí (MG), acusado de ser o mandante do assassinato de três fiscais e um motorista do Ministério do Trabalho.

“Certas pessoas achavam que podiam ficar acima da lei, mas esta prisão prova que não haverá impunidade”, afirmou Nilmário Miranda. “O mesmo serve para quem praticar o trabalho escravo”, concluiu.