Trabalho escravo: Ministério liberta mais 249
Equipe móvel de fiscais do Ministério do Trabalho
libertou 249 trabalhadores submetidos a regime de escravidão
nas plantações de
cana-de-açúcar na fazenda Pôr-do-Sol,
no município de Campos de Júlio, em Mato Grosso.
A propriedade é de Lenny Olívia Artmann, gerente
de uma agência do Banco do Brasil em Cuiabá. Ela
terá que pagar aos trabalhadores multas que chegam a R$ 530
mil por danos morais coletivos.
A jornada dos libertados começava às
três da manhã, quando se dirigiam à
roça. Sob o sol e sem lugar para se abrigar, recebiam
refeições estragadas, bebiam água
quente e não tinham local para fazer as necessidades. Como
deveriam receber por produção, se
esforçavam para cortar o máximo de cana
possível.
Ratos e fraudes – Os trabalhadores só
paravam às cinco da tarde e voltavam para o alojamento, onde
dividiam o quarto de seis metros quadrados com até 11
companheiros, instrumentos de trabalho, ratos e moscas. O telhado de
amianto transformava o cômodo em uma estufa.
Qualquer compra devia ser feita na cantina da fazenda. As
dívidas eram registradas em uma caderneta que ficava com os
intermediários da mão-de-obra (gatos). As contas
chegavam a R$ 3.000,00 porque a produção era
fraudada. Quanto mais se cortasse cana, menos valia o metro cortado. O
pessoal foi contratado com a promessa de ganhar R$ 1.500,00 mensais.