Trabalho escravo: Ruralistas querem desmoralizar fiscalização, dizem CPT e CUT
A Comissão Pastoral
da Terra (CPT) afirma que
há uma iniciativa em curso
para desmoralizar a fiscalização
contra o trabalho
escravo. Segundo a CPT, os
responsáveis são a bancada
ruralista no Congresso Nacional
e setores ligados ao
agronegócio.
“Isso é uma ofensiva
da bancada ruralista visando
desarmar e desqualificar
a política nacional de combate
ao trabalho escravo”,
disse o presidente da CPT,
frei Xavier Plassat, sobre a
atuação da Comissão Externa
do Senado, que foi a
fazenda Pagrisa, no Pará,
onde foram flagrados 1.081
trabalhadores em situação de escravidão.
Por causa disso, o grupo
móvel do Ministério do
Trabalho suspendeu os trabalhos
de fiscalização.
Em nota, a CPT classificou
como uma afronta
aos fiscais do ministério a
visita da Comissão do Senado,
na última quinta-feira
à fazenda.
A CPT aponta ainda como
forma de derrotar a política
de combate ao trabalho
escravo uma Ação Direta
de Inconstitucionalidade,
apresentada pela Confederação
Nacional da Agricultura,
contra a divulgação
da chamada lista suja dos
fazendeiros flagrados com
mão-de-obra em regime de
escravidão. E cita o impasse
em torno de uma proposta
de emenda à Constituição
(PEC), que prevê o confisco
dos imóveis onde tenha
ocorrido o crime.
CUT – Em nota, a CUT também
afirma que o Senado
erra e extrapola suas funções
ao tentar desautorizar as
ações da Secretaria de Inspeção
do Trabalho.
A fiscalização e o combate
ao trabalho escravo,
prossegue a CUT, precisam
de apoio político e operacional
para que haja segurança,
autonomia e maior abrangência
na luta contra uma
das mais terríveis chagas que
ainda maculam o Brasil.