Trabalho infantil: Mão-de-obra mais hábil, disciplinada e barata
Apesar da Constituição proibir o trabalho infantil, existem no Brasil três milhões de crianças e adolescentes entre 5 e 14 anos empregados em lavouras, carvoarias, olarias, pedreiras, no mercado informal e na atividade doméstica.
As meninas representam um terço do total, 20% não frequentam a escola por falta de tempo e metade não recebe nenhum tipo de remuneração.
Pesquisa federal revela que a mão-de-obra infantil está concentrada em pequenos empreendimentos familiares, especialmente no setor agrícola.
O Brasil é o terceiro país da América Latina que mais explora o trabalho infantil, perdendo apenas para o Haiti e a Nicarágua.
>> Exploração
No mundo todo, cerca de 250 milhões de crianças entre 5 e 14 anos trabalham, de acordo com estudo da Organização Internacional do Trabalho.
A mão-de-obra infantil existe porque ela é mais hábil, mais fácil de disciplinar e é muito barata. Das crianças e adolescentes que trabalham, 98% não têm qualquer direito garantido, 76% não conseguem tirar férias e são submetidas a jornadas que alcançam 50 horas semanais.
>> Criança sai no prejuízo
A criança que trabalha sofre prejuízos no desenvolvimento físico, emocional e intelectual.
A principal causa para o trabalho infantil é a pobreza. É mentira que a criança que trabalha fica mais esperta, que o trabalho é necessário à sua formação e que trabalhando ela terá mais oportunidade de inserção no mercado.
O trabalho infantil impede a criança de ir à escola ou dificulta seu aprendizado. Pesquisa mostra que apenas 25% dos adolescentes que trabalham conseguem terminar o segundo grau.
Além disso, o trabalho debilita o estado físico da criança e favorece acidentes de trabalho.
Nas áreas urbanas, o trabalho infantil acontece em oficinas, escritórios e pequenos negócios.
As crianças que trabalham no meio rural, que são em maior número, ficam expostas à mesma violência dos adultos como agressão, tortura, disputa por terras, assassinato, escravidão e morte em acidente de trabalho.
“A palavra progresso não terá qualquer sentido enquanto houver crianças infelizes”. Albert Einstein