“Trabalho não é uma mercadoria, é um direito”, diz Sérgio Nobre na Rússia
“O trabalho não é uma mercadoria, é um direito humano”. A fala do presidente nacional da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Sérgio Nobre, marcou o posicionamento da entidade no 13º Fórum Sindical dos BRICS no último sábado, 7, em Sóchi, na Rússia. Sérgio falou no painel dedicado à conjuntura brasileira.
Em seu discurso, o dirigente falou, no contexto de o Brasil estar de volta ao rumo após o retrocesso causado pelo ex-governo de extrema-direita à classe trabalhadora e ao movimento sindical, dos desafios impostos pelo parlamento. Segundo Sérgio, apesar dos avanços a partir do retorno de Lula ao governo, o Brasil tem um Congresso Nacional conservador, o que impõe muitos desafios e luta do movimento sindical.
“Recuperar os direitos perdidos nos governos anteriores, reorganizar a estrutura sindical, fortalecer a democracia e ampliar a presença de sindicalistas no parlamento são prioridades do movimento sindical brasileiro”, disse. “Em todos os organismos multilaterais, estamos comprometidos em levar as pautas do mundo do trabalho para o centro das discussões, como nos debates sobre as plataformas de trabalho, regulamentação das mídias sociais, informalidade, digitalização e inteligência artificial”.
“Defendemos a centralidade do trabalho decente, nos marcos da OIT [Organização Internacional do Trabalho] e suas normas: diálogo social tripartite, negociação coletiva, liberdades sindical, proteção social e justiça social”, disse o presidente nacional da CUT”, afirmou.
Grupo
BRICS é o acrônimo com as iniciais dos países que formam um grupo desde 2009, inicialmente com Brasil, Rússia, Índia, China e, a partir de 2011, incorporando a África do Sul. Em janeiro deste ano, ingressaram no bloco Argentina, Egito, Etiópia, Irã, Arábia Saudita e Emirados Árabes. Juntos, esses 11 países somam 46% da população mundial e 35% do PIB do planeta.
COP30
Sérgio lembrou ainda que, em 2025, o Brasil sediará o 14º Fórum Sindical dos BRICS, e será realizado em Belém, capital paraense, em plena floresta amazônica brasileira durante a COP30, a 30ª Conferência da ONU sobre mudanças climáticas. O evento deve receber mais de 40 mil visitantes, sendo sete mil formados pelas equipes das Nações Unidas e delegações de países-membros. Será a primeira vez que o Brasil receberá a principal conferência internacional sobre o clima.