Trabalho no mundo – Retirada de direitos não leva a lugar nenhum
Foto: Adonis Guerra
Em visitas ao Sindicato e à CUT, o secretário-geral da Confederação Geral do Trabalho, a CGT, Philippe Martinez, da França, discutiu a reforma Trabalhista e a retirada de direitos da classe trabalhadora no mundo. O encontro foi realizado no dia 31 de outubro para compartilhar as experiências no combate às reformas impostas pelos governos de Emmanuel Macron e de Temer.
O dirigente alertou que, na prática, é sempre a mesma história e que a medida só amplia a concentração de renda e a desigualdade. “As multinacionais ficam todo o tempo tentando colocar a sua política no governo, tratando de diminuir o custo do trabalho baixando os salários, ameaçando que, se não reduzirem, outros vão”, disse.
“Valorizam quem trabalha por menos e em piores condições. Que este caminho não leva a lugar nenhum está mais do que provado e os exemplos são abundantes”, assinalou. “Primeiro foi a Grécia, depois Portugal, Espanha, Itália e agora focam na França para impor a negociação por empresa, onde as entidades sindicais ficarão fragilizadas para eles poderem quebrar as leis trabalhistas e a negociação coletiva”, explicou.
“Assim, numa mesma região, teremos operários de uma mesma categoria recebendo salários diferentes, sendo regidos por legislações diferentes, com relações de trabalho diferentes”, continuou.
Martinez contou que a central organiza o dia nacional de luta e a jornada de mobilizações na França para fazer frente ao retrocesso.
Também citou o aumento de empresários nas eleições, que tiveram apenas 44% de participação da população. “Alguns sequer sabiam que tinham de ir até o Congresso para legislar. Há um deputado que organiza visitas ao parlamento e cobra como uma agência de turismo”, relatou.
Da Redação.