Trabalho precário afeta mais os jovens
Dois em cada três jovens trabalhadores não têm carteira assinada na América Latina. Segundo a Organização Internacional do Trabalho, eles ganham a metade do mínimo de seus países e não contam com direitos sociais.
O que mais diferencia
os jovens dos adultos na
América Latina, segundo o
relatório Juventude e Trabalho
Decente na América
Latina, da Organização
Internacional do Trabalho
(OIT), é o tipo de emprego
a que eles têm acesso.
Segundo a OIT, dois de
cada três jovens que trabalham
estão em atividades
informais. As características
desse tipo de trabalho são
salários menores que o mínimo
de cada país e a falta
de cobertura da previdência
social. Um jovem ganha, em
média, 56% menos do que
o adulto.
De acordo com o relatório,
os jovens aceitam empregos
precários esperando
acessar melhores postos de
trabalho no futuro. “Normalmente,
o jovem entra
no mercado de trabalho de
forma temporária ou numa
função terceirizada, esperando
a contratação definitiva”,
concorda Welington Messias
Damasceno, coordenador
da Juventude da Federação
Estadual dos Metalúrgicos
da CUT (FEM-CUT) e da
Comissão de Jovens Metalúrgicos
do ABC.
Porém, segundo ele, a
contratação formal e estável
nunca acontece. “As empresas
raramente renovam os
contratos de companheiros
temporários ou terceirizados
para sempre aproveitarem
da grande massa de jovens
trabalhadores à espera de uma
vaga”, afirma Welington.
Ele aponta ainda a educação
deficitária e a baixa
qualificação deste segmento
de trabalhadores como circunstâncias
que empurram
o jovem à informalidade.
“Falta a eles acesso a meios
mínimos exigidos pelo mercado”,
explica.
Somado a tudo isto,
afirma Welington, os jovens
em tempo de serviço militar
são ainda mais discriminados.
A juventude trabalhadora na América Latina
106 milhões de jovens entre 15 e 24 anos vivem na região.
48 milhões trabalham.
48 milhões não trabalham e não procuram emprego.
Dos que trabalham, 31 milhões realizam atividades precárias (não têm direitos sociais).
2 de cada 3 em trabalho precário não estudam.
Dos que estão fora do mercado de trabalho, apenas 40% frequentam a escola.
22 milhões não trabalham nem estudam.
Fonte: Relatório Juventude e Trabalho Decente na América Latina e no Caribe – OIT