Três mil metalúrgicos na Scania, Karmann-Ghia e Proxyon também saíram às ruas

Durante o percurso, palavras de ordem mandavam o recado para os patrões de que os trabalhadores não vão pagar pela crise

Antonio Ledes

O ato começou às 7h50, quando cerca de 250 trabalhadores na Karmann Ghia e na Proxyon saíram em caminhada pela Av. Álvaro Guimarães, em direção à Scania

Terminou há pouco a manifestação realizada em frente à Scania, na Av. José Odorizi, com a participação dos metalúrgicos da montadora, além de trabalhadores na Karmman-Ghia e na Proxyon, também de São Bernardo.

O ato começou às 7h50, quando cerca de 250 trabalhadores na Karmann Ghia e na Proxyon saíram em caminhada pela Av. Álvaro Guimarães, em direção à Scania. Durante o percurso, palavras de ordem mandavam o recado para os patrões de que os trabalhadores não vão pagar pela crise. 

Depois de 20 minutos, o pessoal chegou em frente à portaria 1 da Scania, onde os trabalhadores na montadora já aguardava no lado de fora.

O diretor do Sindicato, Francisco Duarte de Lima, o Alemão, disse que 2009 será um ano com vários desafios, e que a mobilização dos trabalhadores será fundamental para evitar a perda de direitos. “Nosso caminho é do crescimento e nós vamos escapar da crise lutando”, avisou. Ele lembrou que o crescimento do Brasil nos últimos anos foi bancado pela distribuição de renda, e que é fundamental manter o nível de emprego e o poder de compra dos salários.

Denise Mota Dau, diretora da CUT Nacional, disse que as empresas têm condições de buscar alternativas à crise que não seja a demissão ou a redução salarial. “A CUT tem propostas, que foram apresentadas ontem ao presidente Lula. Queremos enfrentar a crise com avanços e não com retirada de direitos”, disse.

O presidente da Confederação Nacional dos Bancários, Wagner Freitas, disse que a crise é dos banqueiros e dos patrões, que transformaram o mundo num cassino. “Não devemos entrar no discurso pessimista da direita, que quer de volta a agenda neoliberal de flexibilização de direitos, que foi derrotada em 2002 com FHC, com a participação dos trabalhadores”, afirmou.

Depois disso, os trabalhadores realizaram uma caminhada pela Av. José Odorizi até o portão 5 da Scania, quando o ato terminou.

Assembléia na Volks
Na Volks, houve assembléia na entrada do turno da manhã, que começou às 5h30 e atrasou o horário de entrada de companheiros. Neste turno, trabalham aproximadamente 6 mil pessoas.

O presidente do Sindicato, Sérgio Nobre, disse que a conta da crise não será paga pelos trabalhadores. “Não vamos aceitar redução salarial e nem demissões”, avisou.

Ele comentou que o Brasil vai crescer neste ano e que as empresas têm de buscar soluções. “Nossa categoria é solidária e todos nós temos responsabilidade neste enfrentamento. Por isso, se mexer com um, vai mexer com todos nós”, afirmou.

Nova assembléia será realizada na entrada do turno da tarde.

Da Redação