Três perguntas para Nilmário Miranda
O secretário especial de Direitos Humanos fala sobre a jornada e o engajamento dos sindicatos na defesa dos direitos da infância.
>> Como o senhor. vê a inciativa dos sindicatos?
É assim que deve ser. Quando os sindicatos assumem o problema, a possibilidade de acabar com ele é muito maior. O Brasil tem um sistema de combate, mas precisa fazê-lo funcionar. Não precisamos de leis novas, mas cumprir as já existentes. E, para isso, é preciso a sociedade civil se envolver para vigiar o Poder Público. Tem uma rede formada com experiência nos problemas locais. O que precisamos é que ela aumente seu raio de alcance.
>> Sua secretaria tem dinheiro para investir?
Quanto aos recursos, preferimos fechar convênios com capacitação ou experiências pilotos. O combate é obrigação do Estado, do Município. Descentralizamos tudo. Repito: o País tem todas as instituições que precisa. Mas são frágeis, não funcionam. Precisam sair do papel.
>> Há uma mudança de foco do governo em relação às drogas…
Usuário não deve ser tratado como criminoso. O consumidor de álcool causa problemas e não é preso por seu vício. O tabagismo provoca doença e despesas imensas no sistema de saúde e também ninguém é preso. Por que o usuário de entorpecente deveria ser? Enquanto não atacarmos o tráfico não resolveremos o problema. Tem que parar de prender o usuário e prender o traficante. Ele trafica também armas, pessoas. O usuário necessita de rede de clínicas, centros de tratamento etc.