Treze anos de impunidade

Treze anos depois do episódio que ficou conhecido como Massacre de Eldorado dos Carajás, no Pará, permanecem soltos os 155 policiais que mataram 19 trabalhadores rurais, deixaram centenas de feridos e 69 mutilados.
O massacre ocorreu no dia 17 de abril de 1996 e ficou marcado internacionalmente como o dia de luta dos camponeses de todo o mundo. O Movimento dos Sem-Terra (MST) montou dois acampamentos no Pará para cobrar a condenação dos responsáveis pelo massacre e em apoio às famílias sobreviventes.
A carnificina aconteceu durante caminhada de 1.500 pessoas, inclusive crianças, na rodovia entre Marabá e Parauapebas, na região de Eldorado dos Carajás, pedindo a inclusão da Fazenda Macaxeira no plano de reforma agrária do governo FHC.

Execuções
As tropas da PM vieram nos dois sentidos da rodovia e passaram a jogar bombas de gás lacrimogêneo e a atirar nos manifestantes, que reagiram com paus, pedras e ferramentas.
Aconteceram execuções à queima roupa, tiros no tórax e na cabeça. Muitos foram chacinados a golpes de foice e de facão quando já estavam feridos e imobilizados.
Apenas dois dos 144 policiais acusados foram condenados. Ambos cumprem pena em liberdade.
A maior parte das vítimas vive no assentamento 17 de Abril, em Eldorado dos Carajás, na antiga Fazenda Macaxeira, desapropriada meses depois. Muitas delas se mantem com altas doses de remédio e visitas constantes aos hospitais para aliviar as dores causadas por balas alojadas no corpo.