Tribuna no Pan: A melhor campanha do Brasil

Com a conquista de 161
medalhas – 54 ouros, 40 pratas
e 67 bronzes -, as equipes
esportivas brasileiras terminaram
em terceiro lugar os 15º
Jogos Panamericanos, encerrados
domingo último no Rio de
Janeiro. A próxima edição será
no México, em 2011.

Foi a melhor participação
do País em número de
medalhas na história do torneio.
São 28 medalhas a mais
que as 123 alcançadas em Santo
Domingo, no ano de 2003.
Era o recorde anterior, quando
o Brasil terminou em quarto lugar.

Apesar das 26 medalhas
a mais que Cuba, vice-campeã,
o País terminou atrás da
ilha caribenha porque o principal
critério da classificação
geral é o número de ouros.
Os cubanos faturaram 59,
além das 35 pratas e 41 bronzes.

Mais uma vez, os Estados
Unidos venceram os Jogos
Panamericanos com 237
medalhas – 97 ouros, 88 pratas
e 52 bronzes. O Canadá
acabou em quarto lugar com
137 medalhas – 39 ouros, 43
pratas e 55 bronzes. Em Santo
Domingo eles superaram
o Brasil.

Resultado vem de apoio do governo

O impressionante crescimento
de 30% registrado pelo
País é resultado da mudança
de visão dos governantes com
relação ao esporte amador.

Desde 2001, 2% da arrecadação
bruta de todas as
loterias federais no Brasil são
destinados ao Comitê Olímpico
Brasileiro e ao Comitê
Paraolímpico Brasileiro.

Essa verba permitiu a
formação de um caixa que
planeja o esporte amador
nacional e tem dinheiro para
organizar competições, promover
o intercâmbio de atletas,
trazer técnicos estrangeiros
para fortalecer a preparação
de atletas nacionais e
assim por diante.

Isto permitiu o crescimento
do esporte em todas
as categorias.

Essa mudança de visão
reflete o perfil dos governantes.
Em 1995, sob FHC, o
Brasil teve seu segundo pior
resultado na história do Pan.
Com delegações montadas às
pressas, desmotivadas e sem
preparação, o País acabou os
Jogos em sexto lugar.

Perseguição da imprensa

A má-vontade com a
competição e o provincianismo
da imprensa brasileira
fizeram a mídia insistir em
dois problemas que não existiram.
Primeiro, a pouca idade
dos competidores dos Estados
Unidos, que teriam enviado
equipes inferiores por
menosprezar o Pan. Bobagem.
Tradicionalmente, os EUA
mandam equipes jovens aos
jogos justamente para prepará-las
para as Olimpíadas. Basta
conferir os nomes que estarão
nas quadras em Beijing 2008.

Bobagem também falar
de excesso de vaias ou brigas.
Qualquer pessoa que acompanhe competições internacionais
sabe que os dois
fatos são comuns em todas
as grandes disputas. E grandes
disputas não aconteciam
no Brasil desde os Panamericanos
de 1963, realizados em
São Paulo.