Truculência na Thyssen e Mark Grundfus sem produção

Os atos de protesto por um acordo de campanha salarial com o Grupo 9 envolveram ontem os companheiros na Thyssen Krupp, em Diadema, e na Mark Grundfus, em São Bernardo.

Na Mark Grundfus, a assembléia começou às 7h. O diretor do Sindicato José Paulo Nogueira disse que o grupo patronal continua criando dificuldades desde que os trabalhadores rejeitaram proposta de 6,75% de reajuste, incluindo reposição da inflação e aumento real.

“Já fechamos acordo com o Sindipeças e a Fundição garantindo 3% de aumento real, e vamos lutar com todas as nossas forças para garantir acordo semelhante com o Grupo 9”, comentou Zé Paulo.

Ele voltou a avisar que o objetivo é o acordo coletivo e não os individuais por empresas: “Temos de garantir as conquistas e benefícios da categoria para todos os metalúrgicos”, afirmou.

No final da assembléia, os trabalhadores decidiram voltar para a casa, prejudicando a produção da fábrica por todo o dia.

As paradas da produção nas empresas do Grupo 9 vão continuar. Para hoje estão programadas novas manifestações em fábricas daqui do ABC e do interior do Estado de São Paulo.

Truculência na Thyssen Krupp

A manifestação de ontem na Thyssen Krupp, em Diadema, foi tumultuada por policiais militares, que apareceram durante o ato para provocar os trabalhadores. O comportamento despreparado dos policiais tumultuou a assembléia e resultou num grande empurra-empurra.

“Não podemos admitir que uma empresa trate os trabalhadores como bandidos no momento em que eles exigem melhores salários e melhores condições de vida”, protestou o coordenador da Regional Diadema, Helio Honorato, o Helinho.

A direção da Thyssen negou que tivesse chamado a PM, mas nada fez para tirar os policiais de frente da empresa.

Como se estivessem acatando ordens da Thyssen, os policiais detiveram dois diretores do Sindicato, que foram liberados depois da elaboração do boletim de ocorrência.

Os advogados do Sindicato se surpreenderam com as relações entre a empresa e os policiais. Na delegacia, eram os diretores da multinacional que davam as ordens tanto para PMs como para os policiais civis.

Helinho avisou que esse tipo de repressão não vai inibir a luta dos trabalhadores. “Se não tiver acordo até a próxima semana, vamos realizar novo protesto nessa empresa”, concluiu.