Tucanagem: Caixa dois derruba presidente do PSDB

Pressionado pela direção do PSDB, o senador Eduardo Azeredo renunciou ao cargo de presidente nacional do partido por ter utilizado caixa dois durante sua campanha fracassada para se reeleger governador de Minas Gerais em 1998.

A denúncia do caixa dois foi feita pelo ex-tesoureiro do PSDB, Cláudio Mourão. Ele disse na CPI que o dinheiro para a campanha de Azeredo foi emprestado junto ao empresário Marcos Valério.

Na semana passada, Azeredo disse que desconhecia o caixa dois. Mas no final de semana a revista Isto É mostrou que Marcos Valério emitiu cheque de R$ 700 mil em nome do presidente nacional do PSDB, para que ele pagasse uma dívida justamente com o tesoureiro Cláudio Mourão.

Depois disso, Azeredo confirmou o empréstimo, mas jogou a responsabilidade sobre Mourão e negou que tivesse qualquer relacionamento com Marcos Valério.

Mas, a quebra de sigilo mostrou que foram feitas 53 chamadas de Valério para Azeredo e duas de Azeredo pare Valério, desmontando o argumento do senador do PSDB.

Os tucanos, agora, querem se afastar o mais rápido do ex-presidente nacional do partido, e tentam evitar que ele seja novamente convocado para depor na CPI dos Correios.

A revelação do cheque de R$ 700 mil também desmonta a versão do PSDB de que o uso de caixa dois foi apenas um descuido do senador.

Para o sub-relator da CPI, deputado José Eduardo Cardozo, está mais do que provado que o esquema de Marcos Valério com o PSDB começou já faz alguns anos.

“Vamos ouvir todos os que puderem ajudar na investigação da origem desse esquema de caixa dois em campanhas eleitorais”, disse Cardozo.